terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Meus centavos de opinião na questão Twitter/Facebook/etc x Trump - “Discordo do que você diz, e atacarei até a morte seu direito de dizê-lo”.

 Pessoal,

O objetivo aqui não é discutir política ou outra coisa, apenas comentar um assunto que me incomodou bastante.

Dias atrás, quando houve a invasão no Capitólio, em Washington, o presidente americano, Donald Trump, foi acusado de ter incitado seus apoiadores a invadir o Congresso Americano no momento em que ocorria a ratificação da vitória de Joe Biden.

Sem entrar no mérito se houve ou não estímulo do presidente e se isso é motivo para impedimento ou não, um outro assunto me veio a cabeça e parece até mais importante que tudo isso: o fato do Twitter e do Facebook terem excluído Trump de suas plataformas.

Ora, até a Suprema Corte americana já havia reconhecido que o canal de Trump no Twitter era utilizado para comunicados oficiais (a Suprema Corte proibiu Trump de bloquear adversários no Twitter já que ele postava comunicados oficiais do governo americano). 

Assim, a exclusão da conta de Trump não é apenas a exclusão da conta pessoal, mas a exclusão da conta do Presidente dos Estados Unidos. É um pouquinho mais complicado. O Twitter calou não apenas Trump, calou o Presidente dos EUA. Ora, se Trump não pode calar seus adversários, pode ser calado pelo que diz na conta oficial do presidente (segundo a Suprema Corte)?

Além disso, parece haver um julgamento com dois pesos e duas medidas por parte do Twitter e Facebook. O presidente dos EUA foi excluido por "incitar o ódio". Por que pessoas como o aiatolá Khamenei, do Irã, que prega a destruição de Israel, promove o quê? Amor?


Se isso aí não é discurso de ódio, não sei mais o que é...

Outra pérola desse cara aí foi colocar um pôster sugerindo "solução final" para a questão sionista. Não vou colocar a imagem, mas se você quiser ver, está aqui.  Lembrando que "solução final" para questões sobre "judeus" era o que o regime nazista queria e promoveu - o Holocausto. Leia aqui.

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, que andou matando uma turma lá na Venezuela que protestavam conta o regime de lá (além dos milhares que morreram por desnutrição), continua com sua conta aberta lá no Twitter.

Ora, um presidente eleito democraticamente tem sua voz calada no Twitter e um ditador ou um religioso que prega a destruição de um país podem continuar? Não sei, me parece errado.

Há quem diga que  são os termos do Twitter e do Facebook, entretanto os termos deveriam valer para todos os casos, não? Ou só valem para quem eles não gostam?

Ainda, cabe ao Twitter ou ao Facebook calarem as pessoas, calar uma conta oficial do presidente dos EUA?

Como diz um ministro do nosso STF que curte vinhos importados e lagosta, são "tempos estranhos".

Não sou favorável a controle estatal das coisas, ainda mais de imprensa, mas o controle apenas na mão de empresas privadas, com esse grau de abrangência, também me preocupa.

A solução? Não faço a mínima idéia, mas acho que estamos indo para o outro lado, o de não solucionar.

Por sorte, não tenho nem Twitter nem Facebook.

Dizem que Voltaire haveria dito “Discordo do que você diz, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-lo”. Parece que ele mesmo não disse isso. Essa frase parece ter sido escrita por uma autora de um biografia dele atribuindo a ele a autoria.

Enfim, a impressão que eu tenho é que a esquerda, seja aqui no Brasil, nos EUA ou em qualquer lugar do mundo gostaria de dizer o que faz na prática: “Discordo do que você diz, e atacarei até a morte seu direito de dizê-lo”. 

Isso que aconteceu, na minha humilde opinião, foi censura. Ponto. O Twitter censurou quem ele não gostava, que falava o que ele não queria ouvir.

Por hoje é isso!

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