sábado, 28 de novembro de 2020

Corrida e melhora da saúde

Pessoal,

Sempre fui do tipo mais gordinho. E fazia bem aquele estilo nerd: óculos, bom aluno, mais gordinho, péssimo em qualquer esporte.

O período de faculdade e residência, principalmente a segunda residência (em Anestesiologia), foram bem difíceis. Muito plantão, comia muita porcaria, preocupação zero com a saúde.

Terminei a residência em 2006, com 30 anos. Estava casado há 2 anos, trabalhando muito, dormindo pouco, fumando como se não houvesse amanhã, comendo tudo o que não deveria e não poderia.

Fui fazer um exame admissional para um serviço em 2007 e veio a surpresa: FC de repouso 100. PA de repouso 140x90. Os exames, ah os exames... Glicemia e colesterol, tudo alterado. Peso: 105kg! IMC: 34,68!!

Foi um choque. Mesmo.

Resolvi começar a fazer alguma atividade, alguma que eu gostasse. Comecei a fazer uma caminhada para tentar correr, entrei na academia, comecei a fazer natação. Descobri que gostava mesmo era de correr.

Comecei correndo na Av. Bandeirantes, no Mangabeiras, em BH. É onde eu sabia que tinha uma pista de cooper mais perto da minha casa. Ia lá 2x/semana mais sábado de noite ou domingo de manhã, a depender dos plantões.

A pista tem 1500m. Eu caminhava 6km (ida e volta, duas vezes). Demorou uns 3 meses para eu conseguir fazer isso sem morrer e começar a dar uns trotes. Demorou mais 3 meses para eu conseguir o primeiro objetivo: correr de uma ponta a outra, 1500m, sem parar para caminhar. Um mês depois cumpri o segundo objetivo, correr de uma ponta a outra e voltar (3k), sem caminhar. Mais um mês e eu fiz os 6k (ida e volta, duas vezes), sem caminhar.

Na academia, entrei em uma aula de Running Class. É tipo Spinning, só que correndo na esteira. Conseguia ir duas vezes na semana.

Além disso, fechei a boca e parei de fumar. Saladinha, coisas integrais, comida regrada, tchau cerveja. Em 2 meses, perdi 10kg. Em 6 meses, perdi outros 15kg!

No final de 2007, resolvi arriscar: a equipe da academia ira participar da Volta da Pampulha, a prova de corrida de rua mais tradicional daqui de BH. 18km. Pensei: vamos lá passar vergonha, chance zero de terminar.

E eis que completei. Aos trancos e barrancos, em 2:10h, mas consegui. Em 2009 foi a Meia Maratona do Rio. Em 2010 a Meia da Linha Verde. Sempre fazendo treinos 2 a 3 vezes na semana mais um longão no domingo de manhã.

Corrida passou a ser a minha válvula de escape. Estresse? Corrida. Dormi mal? Corrida. Plantão no meio da semana? Corrida mais longa no fim de semana.

Com isso perdi 30kg no total, ganhei muito mais disposição e consegui fratura de estresse nas duas tíbias simultaneamente! Consegui também uma bursite no quadril, fascite plantar, dores diversas... coisas que muitos corredores conhecem :)

Depois da recuperação teve uma meia em Amsterdam (2014) e Maratona do Rio (2015).

O plano era correr a Maratona de NY esse ano, final de novembro. Só que veio o COVID. E as academias fecharam. E o povo ficou louco na rua (moto já não respeitava nada, agora sobre em calçada, têm aquelas mobiletes FDP com uns malacos mais doidos que os motoqueiros, o povo de carro resolveu dirigir igual moto). Ou seja, correr na rua ficou mais perigoso, principalmente de noite.

Aí convenci minha esposa a deixar eu comprar uma esteira! E comprei. E esse é o assunto deste post!

Pois bem. Quem corre na rua sabe que correr na esteira é uma merda! Principalmente treinos longos. É muito entediante.

No começo do ano, fizemos uma pequena reforma aqui em casa. O quarto que seria do bebê (que não veio e não vai vir mais) virou quarto de TV. Tá com uma TV de 55". Ligado nela tem uma Apple TV e agora o BTV.

Fiz as contas, medi tudo várias vezes e fui procurar uma esteira boa e acessível (sério, vi esteira de 96 mil reais!!!! Sem condições!). Acabei pegando uma da Kikos (KS4202i). Escolhi esse modelo devido ao preço (claro), ao tamanho (coube certinho no espaço), ela é dobrável, tem inclinação eletrônica e atinge uma velocidade bem acima (20km/h) da que eu faço tanto em treino leves (10-11km/h) quanto em treinos puxados (13-14km/h). Ou seja, é robusta para o que eu preciso. Além disso a marca é nacional e tem manutenção aqui em BH.

Para o tempo passar, o plano inicia era assistir videos de virtual running no Youtube. Tem milhões lá, no mundo todo. Colocar uma música no Spotify e pronto.

Aí fiquei conhecendo o Zwift. E programa foi criado inicialmente para ciclistas: é uma mistura de jogo com rede social. Tem um cenário fictício (às vezes aparecem mapas de cidades reais também) onde você se conecta, vê outros que estão perto de você e vai lá e faz seu treino. Com um bom ventilador na frente, a gente nem percebe que está online. É pago para ciclistas (US$15/m) mas é free para running.

Instalei o Zwift na TV, coloquei a esteira na frente da tela e pronto.

Não, pronto não. Para correr no Zwift, você precisa de passar para o programa a sua velocidade. Os ciclistas usam rolos conectados por BT, às vezes com medidor de potência e tudo mais.

Mas para corredores, a gente tem que usar um podômetro (footpod), aqueles que se colocam no tênis. Tem um acelerômetro lá dentro e quando você calibra, ele conta o número de passos e multiplica pelo tamanho da passada, assim dá a distância percorrida. Essa distância, em um determinado tempo, dá a velocidade.

Comprei o original da Zwift no Mercado Livre. Chegou rapidinho, uns 300 reais.









Ótimo! Ótimo? Não!!! A Apple TV não achava esse negócio de jeito nenhum. Mexi nas configurações de segurança para autorizar a achar BT, liguei e desliguei e nada. E ele aparecia no telefone, no computador, na TV...

Mas reparei que aparecia um dispositivo na ATV (e nos outros equipamentos também) que eu não sabia o que era. FS alguma coisa. Cliquei para ver o que era. Era a... ESTEIRA!

Sim, a esteira (esse modelo KS4202i, pelo menos), tem BT. Ou seja, quando eu coloco velocidade nela, ela passa pro Zwift. Cara, resolveu meu problema!

A primeira coisa a fazer foi comprar um tapete de EVA. Protege o chão e ajuda a abafar o som da passada. Os vizinhos de baixo ainda não reclamaram (mas também não corro em horas inapropriadas).

(Coloquei onde estão os apoios da esteira)

(Tem mais ou menos 1cm de espessura)

Comprei no Leroy Merlin. Etapa resolvida.

A esteira fica levantada quando não estou correndo.


Tá bem de frente para a TV. Tem um ventilador para dar uma refrescada. No rack embaixo da TV tem a Apple TV e a BTV. Vou comprar uma caixa de som BT para tocar uma música também.

Quando vou correr, fica assim:



Não se engane pela foto. A passadeira dela tem 135x48cm. Poderia ser maior? Claro que sim, mas eu posso garantir que é bem suficiente. A que tinha passadeira maior, era 150x52, R$ 4.000 mais cara e não caberia no lugar.

Usando o Zwift fica assim:





Além disso o Zwift conecta com o Strava e com o Garmin Connect (e mais um monte de serviços) e cria o treino que você acabou de fazer. Ótimo.

Resolvi meus problemas. Agora é treinar mais e mais, perder mais uns quilinhos e preparar para a Maratona de NY de 2021. Porque a de 2020 não teve.

É isso.

Atualização do meu FreeNAS

Pessoal,

Pequena atualização aqui sobre o FreeNAS.

Estou usando ele há uns dois meses, há 41 dias sem desligar:


Tem backup de computador pelo Carbon Copy Cleaner, TimeMachine e acesso pelo Plex diários. Tem uma máquina virtual rodando continuamente (Ubuntu Server) com o DUC (para atualizar o IP) e vou começar a migrar algumas VM com Windows para cá.

Não tenho nada, absolutamente nada a reclamar do FreeNAS. Bem estável, nenhum problema. Em breve, se o dólar deixar, vou comprar mais um HD para colocar em RAID.

É isso.

BTV

Pessoal,

Comprei uma BTV para experimentar esse serviço.

Há alguns anos li um artigo que explicava o movimento de serviços piratas nos Estados Unidos. A reportagem falava que lá os americanos tinham como sonho de consumo um serviço de TV a cabo. Entretanto, com os anos, vários serviços apareciam e os consumidores ficavam divididos entre serviços que nem sempre tinham todos os canais.

Com o advento da Internet de alta velocidade, as pessoas começaram a baixar filmes, séries e documentários, seja Torrent ou eMule. Convenhamos, é um saco ter que ficar procurando um bom release, depois achar uma legenda para esse release, depois ver se tudo está ok para só então começar a assistir o filme.

Nessa vibe surgiram os serviços de streaming. O primeiro (ou o primeiro a ficar famoso) foi o Netflix. Depois outros apareceram: Prime, Apple +, Hulu e agora a Disney +. Além disso, vários canais começaram a ser vendidos como streaming: ESPN, Telecine, HBO, etc.

Ou seja, para ter o conforto de sair da pirataria, as pessoas adotaram os serviços de streaming. Muito mais cômodo, inegável.

Só que com um monte de serviços aparecendo, a brincadeira começou a ficar cara. Aqui no Brasil, para assinar os quatro serviços citados, a conta passa fácil dos 100 reais. E lá fora a conta também não é barata. Se você ainda somar o serviço da TV a cabo, aí pode passar dos 400 reais mensais. Coisa pra pouca gente.

Assim, começaram a pipocar sites de streaming de canais, programas como Kode e mais um monte de coisas. O jogo virou para os serviços de streaming que ficaram igual as TVs a cabo. Quer assistir um filme da Marvel? Tem que ser na Disney. Tem aquela série? Só na Netflix. Que aquela outra série? Só no Prime. Ou seja, a conta não tá fechando de novo.

Testei o Kode: um porre de chato. O programa em si já é ruim, é pesado, é lento, trava demais. Depois tem que ficar procurando os servidores. Muita lerdeza, toda hora cai, mudar de canal é um suplício.

Uma amiga comprou uma BTV no Oi Mall e me disse que estava gostando. Nunca tinha ouvido falar desse modelo específico, mas sabia que existiam essas "caixinhas" com Android TV que eram usadas para isso. Conversando com outros conhecidos, percebi que vários estavam utilizando isso também.

Hoje resolvi arriscar: Comprei uma BTV para ver se é tudo o que dizem.

O produto é bem acabado. Vem em uma caixa bem apresentável, tem um controle infravermelho razoável (podia ser bluetooth, mas vá lá), tem entrada para rede (RJ 45), duas portas (uma USB 2.0 e uma 3.0), uma entrada de cartão de memória (?), saída HDMI e AV. Acompanha um cabo HDMI e o carregador com padrão brasileiro do Luladrão.





Hoje estava conversando com alguns amigos sobre esses equipamentos e um deles me disse que os melhores processadores são os da Amlogic, principalmente o S905X3 e S912, mas o Rock (RK3318 e RK3328) também são bons.


Essa tem o Amlogic S905X3.

Bom, ja vem tudo configurado da loja. Em português, basta ligar e usar.

Entretanto nem tudo são flores. Você gosta de assistir filme com audio original e legenda? Então esquece, não tem como mudar. A sequência dos canais também é meio estranha, em ordem alfabética.

Por outro lado, tem todos os canais brasileiros (ou pelo menos todos que prestam, de algum jeito). Tem até alguns canais portugueses, como Sport TV.

A qualidade do vídeo depende da velocidade da internet. O vendedor disse que abaixo de 10 mega não rola. Desconfio que precise mais velocidade que isso.

Quando liguei, coloquei ele no rack ao lado da Apple TV. Mais ou menos do mesmo tamanho. A ATV funciona muito bem. Ele sofreu um pouco com o sinal do Wifi (o quarto AINDA não está cabeado). A  passagem dos canais estava ruim, ficava travando toda hora para carregar conteúdo. Entretanto, quando coloquei ele em cima do rack, quase em linha direta com um repetidor, aí a coisa mudou de figura. A mudança de canal ficou igual à da NET, sem pausas para carregar conteúdo. Ficou muito bom mesmo.

Assim, vou ter que colocar um cabo de rede lá. Ainda estou pensando como cabear até la, mas já tenho uma boa ideia do que fazer.

Vale a compra? Sim, sem dúvidas, se seu objetivo for cancelar a TV a cabo (ou colocar o plano mais básico de todos) e ter uma internet fodástica, pelo menos de 100 mega.

Agora é fazer o dever de casa: testar bem pra ver se não fica travando, cabear o quarto para ver se o sinal se mantem estável e adequar o plano da Net para a nova realidade.

É isso por enquanto.

Programa Espacial Tripulado

Pessoal,

Vou deixar anotado aqui, para futuras lembranças, de informações interessantes do Programa Espacial Tripulado americano.

Falei aqui e aqui das missões robóticas do programa espacial americano. Falta ainda falar das Voyager 1 e 2.

Assim como nas missões robóticas, o programa espacial tripulado americano foi mais bem sucedido, apesar do início ter acumulado algumas "vitórias" (significativas, verdade seja dita) para o soviéticos.

O programa americano começou, na verdade, em 1958 com a criação da NASA. Ainda em 1958 foi criado o Programa Mercury com o objetivo de mandar um homem para o espaço. Para isso deveria ser desenvolvida a tecnologia dos foguetes e de trajes espaciais. Ainda havia dúvidas se o homem poderia sobreviver no espaço, mesmo que com trajes pressurizados.

Seguindo, veio o Programa Gemini. Aqui a coisa ficou mais séria, sendo enviado dois tripulantes por vez com pesquisas sobre comportamento dos astronautas e dos equipamentos no espaço, além do desenvolvimento de técnicas para controle de duas coisas consideradas fundamentais: atividades extra-veiculares e manobras de acoplamento (rendezvous) na órbita terrestre.

Sendo bem sucedido o Programa Gemini, o programa passaria ao próximo passo: o Programa Apollo. Aqui o objetivo era enviar uma nave com três tripulantes para a órbita terrestre e daí para a órbita da Lua e pouso no nosso satélite natural.

Ou seja, o programa tinha, inicialmente, três fases: enviar um homem para o espaço e ver se ele sobreviveria, enviar dois homens para o espaço e ver se conseguiriam trabalhar no espaço (atividade extra-veicular e controle da nave) e, por último, utilizando todo o conhecimento adquirido, enviar três homens para a Lua.

O programa continuou após isso com o projeto Skylab (1973-1974), o encontro entre a Soyuz e a Apollo  (1975) e o programa do Ônibus Espacial (que será abordado depois).

  • Programa Mercury
Esse programa perdurou de 1958 até 1963. O objetivo era mandar um homem à órbita terrestre e trazê-lo vivo (claro!).

O programa custou cerca de US$2,2 bilhões (em valores atuais), utilizou 5 veículos de lançamento (Little Joe, Big Joe, Blue Scout II, Redstone para voos suborbitais e Atlas para voos orbitais). Houve 17 missões não-tripuladas, 4 missões com primatas e 6 missões tripuladas (apenas foguetes Redstone e Atlas levaram humanos).

A missão Freedom 7 levou Alan Shepard para o primeiro voo suborbital americano e a Friendship 7 levou John Glenn para o primeiro voo orbital.

Apesar dos americanos consideram Alan Shepard como o primeiro americano no espaço, na verdade ele fez um voo suborbital de 15 minutos e atingiu 187,5km de altitude. Esse voo foi um voo balístico, não entrando em órbita, portanto. Shepard seria afastado do programa espacial por ter sido diagnosticado posteriormente com a doença de Meniére, uma doença no ouvido interno que poderia causar tonteiras, desorientação espacial e náuseas. Ele foi operado e ainda voltou para ir à Lua nas missões Apollo.

O primeiro americano em órbita foi John Glenn, que atingiu 265km de altitude e deu 3 voltas na órbita terrestre por quase 90 minutos.

Apesar do sucesso técnico da missão, falhou em colocar o primeiro homem no espaço. Esta honra coube aos soviéticos com Iuri Gagarin por apenas três semanas de antecedência.

(Nave do Programa Mercury)


  • Programa Gemini
Este programa durou de 1961 a 1966 e tinha como objetivo enviar dois astronautas para a órbita terrestre, realizar atividades extra-veiculares, encontro e acoplamento em órbita (rendezvous) e, óbvio, o retorno bem sucedido (aperfeiçoamento da técnica de reentrada na atmosfera e pouso no local previamente escolhido).

Foram realizadas 12 missões. As duas primeiras não foram tripulada, na 4a houve a primeira caminhada espacial, a 6a e a 7a ocorreram juntas, na 8a ocorreu a primeira acoplagem em órbita e na última Buzz Aldrin definiu a técnica correta para as atividades extra-veiculares.

Foram utilizados 2 veículos de lançamento: o Agena (para missões nào-tripuladas) e o Titan II GLV (para as missões tripuladas).

Na missão conjunta 6 e 7, Walter Schirra e Thomas Stafford (na Gemini 6-A) e Frank Borman e James Lovell (na Gemini 7) voaram em formação por cerca de 20 horas em órbita.

A missão 6, na verdadeseria o primeiro rendezvous, mas o foguete Agena explodiu logo após o lançamento. Assim, a NASA optou por cancelar a Gemini 6 e mudar o nome para Gemini 6-A que foi lançado alguns dias após a Gemini 7. O esperado rendezvous ficou para a Gemini 8.


Apesar do acidente com a Gemini 8 (um defeito na nave Gemini quase resultou na perda dos astronautas Neil Armstrong e David Scott e foi o primeiro pouso de emergência do programa espacial), o programa com um todo foi considerado bem sucedido.

A Gemini 9-A tinha como missão principal fazer a primeira atividade extra-veicular (EVA), mas o astronauta Eugene Cernan teve dificuldades em executar as tarefas designadas. Astronautas da Gemini 10  (Michael Collins) e Gemini 11 (Charles Conrad) ainda tentaram realizar EVAs sem sucesso "definitivo". Coube a Buzz Aldrin (Gemini 12), que além de engenheiro mecânico com doutorado, piloto de teste e astronauta, também era mergulhador, de utilizar as técnicas aprendidas com os mergulhos para desenvolver as técnicas corretas para EVA. Ainda hoje a NASA utiliza treinamento na mega piscina para treinar os astronautas para as EVAs.

O programa custou US$ 7,6 bilhões em valores atuais. O aprendizado com as missões Mercury e Gemini foi essencial para o próximo passo,  o Programa Apollo.


(Foto da Gemini 6A a partir da Gemini 7)

(Edward White durante a primeira caminhada espacial na Gemini 4, em 1965)


(Buzz Aldrin fazendo uma 'selfie' no espaço. "Muito prazer, eu sou o Buzz!")
  • Programa Apollo
O programa Apollo é certamente o mais conhecido do programa espacial americano. Custou US$ 153 bilhões, muito mais que Mercury e Gemini somados, e durou de 1961 até 1972.

O programa envolveu a criação e utilização de 4 foguetes (Little Joe II, Saturn I, Saturn IB e o famoso Saturn V), teve duas falhas (Apollo 1, onde os 3 astronautas faleceram em solo, e o Apollo 13, que deveria pousar na Lua mas retornou devido a uma explosão). A primeira missão tripulada ocorreu em 1968 e o programa, como um todo, teve vários objetivos, incluindo a primeira missão tripulada para orbitar um outro corpo celeste (missão 8) e o primeiro pouso tripulado na Lua (missão 11).

O programa retornou com quase 400kg de pedras lunares, proporcionado grande contribuição para o entendimento da composição e formação da Lua e do sistema Solar. Além disso, resultou em grandes avanços da ciência de foguetes, voos espaciais, aviônica, telecomunicações e computadores.

O programa foi "turbinado" após o discurso de Kennedy na Rice University em 1962: "(...) But why, some say, the Moon? Why choose this as our goal? And they may well ask, why climb the highest mountain? Why, 35 years ago, fly the Atlantic? ... We choose to go to the Moon. We choose to go to the Moon in this decade and do the other things, not because they are easy, but because they are hard; because that goal will serve to organize and measure the best of our energies and skills; because that challenge is one that we are willing to accept, one we are unwilling to postpone, (...)".

A NASA já havia anunciado, em 1960, o plano de colocar astronautas na ÓRBITA da Lua. O discurso de Kennedy mudou esses planos para POUSAR na Lua.

As naves Apollo eram significativamente mais complexas, além de necessitarem de um novo lançador para conseguir tirar a nave da gravidade terrestre e enviá-la à Lua.


Houve, na época, três opções de projeto: uma baseada em um grande foguete que decolaria da Terra, pousaria na Lua e retornaria à Terra; um baseado em um rendezvous na órbita terrestre, onde um foguete encontraria um outro estágio já em órbita; e a escolha vencedora, o rendezvous lunar, onde uma pequena nave desceria na Lua e encontraria a nave de retorno na órbita lunar. Wernher von Braun, engenheiro chefe do desenvolvimento dos foguetes do programa americano, era favorável e propagandista da primeira opção, mas após ouvir a apresentação detalhada da terceira opção, teria sido convencido que era a escolha correta.

(Adendo: Wernher von Braun foi o engenheiro nazista responsável pelos temíveis foguetes V2 que incendiaram Londres por anos durante a 2a Guerra Mundial; no final da guerra ele se entregou aos americanos e foi levado aos EUA para desenvolvimento da tecnologia de foguetes, patrocinado pelo programa "Operation Paperclip").

Esta figura resume as etapas das missões:


Vejam a complexidade! A nave era dividida em 3 partes: Módulo de Comando (CM), Módulo de Serviço (SM) e Módulo Lunar (LEM).



Após sair da órbita terrestre (através da "Injeção Translunar"), o CM+SM (CSM) saiam do ponta do foguete, faziam uma rotação de 180o e realizavam uma acoplagem ao LEM (que ainda estava no foguete). O resto do foguete era descartado.

A nave ia assim com os foguetes do CSM na frente, para desacelerar o conjunto todo e entrar na órbita lunar ("Inserção na Órbita Lunar"). 


Nesse momento, os foguetes eram ligados no sentido contrário para reduzir a velocidade da nave e permitir que ela fosse capturada pela gravidade da Lua. Boa parte dessa manobra era realizada durante a órbita pelo lado oculto da Lua, ou seja, sem nenhum acompanhamento da Terra, baseando apenas nos computadores da Apollo. O SM não era pressurizado e continha os equipamentos e tanques com oxigênio, hidrogênio, etc. A maior parte dele, entretanto, era ocupada pelo motor e combustível para que o CSM saísse da órbita lunar e fosse em direção à Terra ("Injeção Transterrestre").

(Módulo de Comando e Módulo de Serviço na órbita lunar fotografados a partir do Módulo Lunar)

Uma vez capturados pela gravidade lunar e em órbita, o LEM se separava do CSM e, utilizando o computador, iria acionar os foguetes para reduzir a velocidade e pousar na Lua.

(LEM "Orion" da Apollo 16 na superfície da Lua)



Reparem que o LEM não é nada aerodinâmico. Uma vez que eles operavam apenas no vácuo do espaço, aerodinâmica era irrelevante para o LEM.

O LEM participou da missão 5 (não tripulada) e das missões à partir da Apollo 9. Construídos pela Grumman Aerospace Corporation, o LEM era divido em duas partes.

O módulo de descida (que levava também experimentos científicos e, a partir da Apollo 15, levou um veículo explorador) tinha comando de aceleração variável, que permitia o pouso saindo da órbita de 16km de altitude e permitia também planar para escolher o melhor local de pouso.

O módulo de ascensão não tinha aceleração controlada: era tudo ou nada. No pouso lunar, o LEM descia com os dois módulos acoplados. No retorno para encontrar o CM, o módulo de descida era deixado no solo e apenas o de ascensão era levado embora.

(Tentei arranjar um vídeo menor, mas esse está bem completo)

Após a decolagem do módulo de ascensão, esse ia até o CSM (em órbita lunar) onde os astronautas entravam para o CSM e o módulo de ascensão era descartado. Iniciava-se agora a manobra de Injeção Transterrestre, para sair da órbita lunar e "cair" em direção à Terra. Assim como na chegada à Lua, a saída da órbita também iniciava-se durante a órbita na face oculta da Lua e também era guiada apenas pelos computadores do CM.

Mais uma vez o CSM virava e ia de "bunda" para a Terra. Uma vez capturado pela gravidade terrestre, os foguetes do CSM eram ligados e a velocidade da "queda" reduzida para que fosse capturado pela órbita terrestre. Aqui o SM era descartado e apenas o CM entrava na atmosfera, protegido por um generoso escudo térmico. A cerca de 3km de altitude, os paraquedas eram abertos e ocorria o famoso "splashdown", a queda na água.

Para compreensão dos esforços: em 3 minutos após o lançamento, o foguete estava a 68,5 km de altitude a 10.200km/h (2,83km/s). Aqui ocorria a separação do primeiro estágio e da torre de escape. 12 minutos depois a Apollo está a 190km de altitude, em órbita terrestre. O terceiro estágio do Saturn V entra em ação e leva a nave a quase 4km/s (quase 14.500km/h) a 40.800km de distância da Terra. A gravidade da Terra faz a velocidade cair para 2,2km/h quando a nave está a 120.000km de distância. A nave está a 910m/s quando entra na gravidade lunar a 62.000km de distância da Lua. Os foguetes são ligados para acelerar em sentido contrário à queda e reduzir a velocidade e entrar em órbita a cerca de 16-19km de altitude. Nesse ponto, o LEM se separa da CSM, faz uma giro completo na frente do CSM para que as laterais, o teto e a base sejam vistoriados pelo astronauta que ficou, vira sua janela para o solo (para que os astronautas possam reconhecer os locais no relevo lunar) e acelera para reduzir a velocidade e pousar. A cerca de 2km de altitude o LEM efetuava um novo giro, colocando a janela para frente (para os astronautas verem aonde poderiam pousar) e iria "planando" até o solo. Vários programas eram executados pelo computador do LEM para automatizar essas etapas todas.

Na decolagem lunar, o módulo de ascensão atinge a velocidade de 24m/s e sobe até alcançar o CSM, onde é descartado e cai na Lua após alguns dias. O CSM acelera para sair da gravidade da Lua e cair em direção à Terra e entrar na atmosfera terrestre.

O computador da Apollo (Apollo Guidance Computer - AGC) era instalado no CM e no LEM e controlava diversos aspectos na nave como orientação, navegação e controle geral. Foi criado pelo MIT e foi o primeiro computador baseado em circuitos integrados de silício.



Toda uma nova área do conhecimento se formou a partir da aí. O Saturn V tinha um computador próprio que ficava em um anel de instrumentos no próprio foguete (entre o 2o e 3o estágio e era descartado após a realização da manobra de injeção translunar, após o CSM fazer o rendezvous com o LEM).

O AGC tinha 2kB de RAM e 36kB de ROM. A memória era de 16 bits (15 bits para dados e um bit de paridade) e a CPU era de 16 bits (14 bits de dados, 1 de overflow e 1 de signal) com clock de 1MHz! O AGC recebia entradas de antenas, radares e informações dos astronautas e rodava alguns programas especiais para momentos específicos, como no pouso na Lua.


Veja aqui, aqui, aqui e aqui alguns simuladores do AGC!

(A lista com alguns dos programas disponíveis no AGC)

Os programas eram quase todos escrito em Assembly (veja aqui o manual de Assembly para você escrever seu próprio programa no AGC!). Nada de C, C++, Python ou Fortran. Era Assembly na veia!

(Pequeno trecho de um dos programas que rodavam no AGC)


Os dados eram inseridos no DSKY (DiSplay & KeYboard - veja a figura abaixo) de acordo com a exigência de cada programa. Aqui está bem explicado.

The AGC DSKY explained.

Escrever sobre o AGC daria um blog (não um post apenas, um blog inteiro) só sobre ele. Se você quiser construir um (veja aqui como) e programa-lo, vá em frente!

Importante falar também do Saturn V, o mais potente foguete construído até hoje. O foguete tinha três estágios (S-IC, S-II e S-IVB) e usava hidrogênio + oxigênio para os 5 motores F-1 do primeiro estágio e oxigênio + querosene refinada para foguete para os motores J-2 dos estágios seguintes. Cada lançamento custava o equivalente a US$1,15 bilhão. Foram lançados 13 foguetes Saturn V (missões Apollo 4 e 6 de teste, Apollo 9 a 17 e Skylab 1).

(Saturn V antes do lançamento da Apollo 17, único voo noturno da missão)


Os foguetes Saturn V obedeciam à tirania da "Equação de  Foguetes de Tsiolkovski", onde para levar mais equipamento (gente, comida, qualquer coisa), é preciso mais combustível. Como combustível tem massa, você precisa de mais combustível para levar a massa inicial mais o peso do foguete mais o combustível. Isso aumenta a massa e assim é necessário mais combustível. É um cachorro correndo atrás do próprio rabo. O Saturn V da Apollo 11 tinha 85% de seu peso só em combustível...



Recentemente vi um vídeo onde o apresentador explicava porque é (quase) impossível construir um Saturn V hoje: esse foguete era composto por quase 3 milhões de peças, sendo que a maioria das cadeias de fornecimento já não existem mais. Além disso, os instrumentos eram, em grande parte, analógicos e mecânicos.

(Unidade de instrumentos do Saturn V da Apollo 4)

Esses monstros geravam 34.020kN de força e levantavam 140.000 quilos para a órbita baixa. Para efeito de comparação, o sistema de foguetes dos Ônibus Espaciais geravam 30.100kN de força e capacidade de 28.800kg de carga (25% da carga do Saturn V).

O Saturn V era enorme:





O Programa Apollo incluiu 17 voos, sendo 11 tripulados. Foi dividido em 10 tipos de missões (de A até J), cada tipo com uma característica e objetivo. Por exemplo, o tipo C (Apollo 8) era a demonstração do voo em orbita lunar do CM e SM; o tipo F (Apollo 10) era uma missão completa exceto por não descer e pousar na Lua, que era a função do tipo G (Apollo 11). O tipo H (Apollo 12, 13 e 14) era destinado a demonstrar a precisão de pouso manual na Lua iniciar a exploração sistemática lunar e o tipo J (Apollo 15, 16 e 17) eram missões científicas extensas na superfície e órbita lunares.)

(Todos os tipos de missões Apollo)

A Apollo 1 foi uma das primeiras tragédias do programa espacial americano, onde os três astronautas (Gus Grissom, Ed White e Roger Chaffee) morreram durante um treinamento em solo. Grissom e White estavam cotados para serem os primeiros astronautas a descer na Lua. O acidente ocorreu em janeiro de 1967 e pelos próximos 20 meses não houve novos voos tripulados, sendo realizados testes não tripulados no Módulo Lunar e no Saturn V, só retornando na Apollo 7.

O Módulo de Controle era preenchido por oxigênio puro e houve um curto circuito no cockpit. O resultado foi uma explosão e os três astronautas, apesar de protegidos do fogo pelos trajes espaciais, morreram asfixiados mas foram carbonizados antes que se conseguisse abrir a escotilha pelo lado de fora. Mais de 1.300 modificações foram realizadas com base no aprendizado deste acidente.

(Módulo de Controle da Apollo 1 após o incêndio)

Em outubro de 1968 os voos tripulados iniciaram novamente com a Apollo 7. Schirra, Eisele e Cunninghan ficaram na órbita terrestre e testaram vários sistemas de suporte à vida, controle e propulsão da nave. Apesar do sucesso da missão, Schirra, veterano do programa espacial, apresentou quadro gripal durante a missão e ficou extremamente irritadiço, desafiando o comando em terra em várias ocasiões. O trio não voltou ao espaço nenhuma outra vez. Uma "rebelião" era tudo que a NASA não queria.

A Apollo 8 fez a primeira órbita tripulada ao redor da Lua com Borman, Lovell e Anders. Esta missão chegou à Lua na véspera do Natal e os astronautas leram os 10 primeiros versos de Bereshit (Gênesis para vocês).

Algumas fotos são icônicas:

(Primeira foto da Terra como um todo; o sul está em cima e a América do Sul no meio da foto)

(Vista da Lua durante a aproximação Apollo 8)

(Vista do lado oculto da Lua)

("O nascer da Terra": alguém disse que foi preciso sair para o Espaço para descobrir a Terra...)

A Apollo 9 decolou em março de 1969 com McDavitt, Scott e Schweickart para testes diversos na órbita terrestre.

A Apollo 10 decolou em maio de 1969 com Stafford, John Young e Cernan. Eles testaram o LEM na órbita lunar e sobrevoaram a Lua a 15km de altitude. John Young (veterano do programa Gemini) ainda voltaria para a Lua em na Apollo 16, pilotaria o Ônibus Espacial e emprestaria seu nome para uma rodovia na Flórida.

A Apollo 11 é a cereja do bolo do programa americano. Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins decolaram em 16/07/1969 e fizeram a alunissagem em 20/07/1969 no Mare Tranquillitatis

(O LEM Eagle fotografado a partir do CSM Columbia)

(O CSM Columbia fotografado a partir do LEM Eagle)

Neil Armstrong teve poucas fotos na Lua, uma vez que ele estava com a câmera na maior parte do tempo.

(Uma das poucas fotos de Armstrong na Lua)

(Aldrin em primeiro plano; Armstrong aparece como reflexo no visor)

Quando penso em uma imagem sobre a Apollo 11, lembro exatamente desta imagem acima.

A Apollo 12 decolou em novembro de 1969 com Conrad, Gordan e Bean e fez uma das coisas mais legais possíveis: encontrar a sonda Surveyor 3 que havia pousado 2 anos antes. Durante a decolagem, um raio atingiu o foguete e resetou os computadores da Apollo, mas não houve nenhum problema nem dano ao foguete nem ao seu computador.

Conrad proferiu a frase provavelmente mais engraçada de todo o programa Apollo. Ao sair do LEM Intrepid, ele disse: "Whoopie! Man, that may have been a small one for Neil, but that's a log one for me!"

(Conrad ao lado da Surveyor 3 e o LEM Intrepid ao fundo)

A Apollo 12 teve um clima bem mais calmo, uma vez que os três astronautas eram amigos íntimos, eram da Marinha, já trabalhavam juntos há muito tempo e não havia a tensão da Apollo 11. Muito interessante é o emblema do voo, homenageando a marinha americana:

Apollo 12 insignia.png

A Apollo 13 foi uma das grandes emoções do programa Apollo, quando o controle em terra trabalhou incessantemente para evitar que os três astronautas, Lovell, Swigert e Haise, morressem em consequência à explosão no SM. Os astronautas precisaram ficar no no LEM Aquarius. O Aquarius tinha sido projetado para manter duas pessoas por dois dias, mas teve que manter três por quatro dias.

O filme "Apollo 13" conta bem os problemas que os astronautas passaram.

(Vista do SM após a separação - veja a destruição pela explosão no SM)

A Apollo 13 mostrou a grande resiliência das naves Apollo e do programa espacial tripulado americano.

A Apollo 14 atrasou quase quatro meses devido ao problema com a Apollo 13. Alan Shepard, o primeiro astronauta americano, pioneiro do programa Mercury, Stuart Roosa e Edgar Mitchell desceram em 1971 na região Fra Mauro. Houve dificuldades com o local escolhido (era um planalto inclinado, mas conseguiram pousar a apenas 30 metros do local planejado).

(Shepard na Fra Mauro)

(O Módulo Lunar Antares em Fra Mauro)

 A Apollo 15 foi a primeira a utilizar o Veículo Explorador Lunar, vulgo "jipinho" da NASA. Os dois astronautas David Scott e James Irwin (além de Alfred Worden, que ficou em órbita lunar) realizaram 18 horas de atividades extraveiculares.

A maior controvérsia dessa missão foi que os astronautas levaram alguns envelopes postais não autorizados. Foram punidos posteriormente e nunca mais regressaram ao espaço.

Entretanto, algumas coisas bem legais ocorrem: descobriram a "Pedra do Génesis", constituída de anortita, datada de 4,1 bilhões de anos de idade.

(Pedra Génesis)

Realizaram também um experimento utilizando um martelo e uma pena para comprovar a teoria de Galileu Galilei que os objetos, na ausência de ar (ou no vácuo), caem ao mesmo tempo. Muito legal, né?


Além disso, usaram o "jipinho da NASA" pela primeira vez.



A Apollo 16 teve como tripulação Charles Duke, Ken Mattingly e John Young (esse sujeito participou de missões na Gemini, Apollo - 10 e 16 - e no Space Shuttle - primeira voo do ônibus! E ainda tem uma rodovia em Orlando, Flórida, com o nome dele: John Young Parkway :) ) A missão correu sem maiores contratempos.



Todos os astronautas relataram dificuldade em distinguir distâncias e tamanhos de objetos devido a ausência de objetos conhecidos próximos que pudessem usar como referência e devido a luminosidade característica da Lua. Um exemplo é visto no video abaixo da "House Rock". O Comando da missão, através de controle remoto da câmera do jipinho da Nasa, acompanhou os pilotos em direção a uma pedra que ele viram. Repare que o comando tentou manter os astronautas do mesmo tamanho, mas a pedra foi aumentando e aumentando. No final do vídeo, quando eles chegam perto da pedra, perceba o tamanho da pedra...



A Apollo 17 teve várias coisas interessantes: foi a única que contou com um geólogo profissional na tripulação, ficou mais tempo na Lua, primeiro lançamento noturno da NASA. A tripulação era composta por Eugene Cerman (Gemini 9 e Apollo 10), Harrison Schmitt (geólogo) e Ronald Evans. Infelizmente foi a última missão tripulada para a Lua. Ao contrário de vários astronautas que eram treinados em geologia, Schmitt era geólogo e treinado para ser astronauta.

Desceram em Taurus-Littrow e, por isso, o lançamento teve que ser noturno.

Outro fato interessante foi a descoberta, por Schmitt, do "solo laranja", comprovação atividade vulcânica na Lua.



Algumas missões foram canceladas por várias razões, principalmente o incêndio da Apollo 1, limitações de orçamento e perda de interesse da mídia. A Apollo 20 (que seria a última), foi cancelada logo após a Apollo 12. As Apollo 19 e 20 foram canceladas após a Apollo 13. Os foguetes Saturn V foram transformados em laboratório da missão Skylab, com a finalidade de colocar o homem por mais tempo no espaço.

Assim com a Apollo 12 se encontrou com a Surveyor 3 no "Oceano das Tempestades", a Apollo 20 iria encontrar a Surveyor 7 na cratera Tycho. Bom, fica pro futuro.

Eu tive a oportunidade de ir no Kennedy Space Center na Flórida. Lá está a Atlantis, um dos ônibus espaciais. Foi muito emocionante ver aquilo de perto!







(Réplica do jipinho, porque nenhum foi trazido de volta)


(Traje que Cernan usou na Apollo 17)

(Réplica do LEM. Todos ficaram na Lua)


(Traje de Shepard, Apollo 14)

Enfim, finalizando este post que demorou um tempão para ficar pronto: o espaço é nosso futuro enquanto espécie porque nossa casa Terra não vai durar para sempre.

Quando der, farei um review sobre coisas interessantes das missões Voyager e sobre os ônibus espaciais.

Até o próximo!