sábado, 29 de abril de 2023

Resolvido: Coisas estranhas do Linux - "Files list file for package '...' is missing final newline".

Pessoal,


Coisas estranhas do Linux. Fui atualizar o Proxmox aqui e encontrei esse erro:


Nunca tinha visto isso antes. Antes disso, na verdade, tinha dado o mesmo erro, só que com package "bc".

Procurei bastante e não achava nada, até que encontrei um post em um fórum, de 2004 (!!!), já com esse erro. Segundo lá, pode ser que o arquivo /var/lib/dpkg/info/bc.list tenha sido corrompido. Assim, dei um /var/lib/dpkg/info/nano bc.list  dele e saiu isso aqui:


Outros arquivos .list, como o time.list, saem assim:


Bem diferente e bem compatível com o erro citado.

Assim, arrisquei (uma vez que não conseguia atualizar nada) e renomeei esses dois arquivos com os comandos abaixo:

root@proxmox:/var/lib/dpkg/info# mv libencode-locale-perl.list libencode-locale-perl.list2

root@proxmox:/var/lib/dpkg/info# mv bc.list bc.list2

Após isso, mandei ver no apt update e apt upgrade. Veio isso aqui, mas segui em frente:


E, no final:


Problema resolvido. Tudo atualizado!

sexta-feira, 28 de abril de 2023

Corrida e melhora da saúde: atualização

Pessoal,


Uma pequena atualização desse post aqui de 2 anos atrás.

Lá eu contei da mudança de vida que eu fiz quando acabei a minha segunda residência médica para poder permanecer vivo (ou pelo menos com o coração saudável). Contei das corridas e da esteira.

Como vocês devem ter lido aqui, a minha vida deu uma guinada de 360 graus! Não, não está errado. Foi 360 mesmo!

Ao apagar das luzes de 2020, no finalzinho do ano, poucas semanas após publicar o post da esteira, o hospital em que eu trabalho foi vendido. Foi uma puta mudança! E eu era o coordenador da equipe na época... Foi uma tonelada nos meus ombros :(

Acabou que eu mudei de hospital (virada de 180 graus) e voltei para o hospital de novo (mais 180 graus). A pandemia veio e a maratona de 2021 não veio. Nem em 2021 nem em 2022!

Mas vai ter em 2023! Em Porto Alegre, meio do ano (daqui a 5 semanas). Esse fim de semana agora já farei um treino de 28 ou 30km!

A esteira continua lá, firme e forte. Ganhou a companhia de uma Echo Dot 4 para tocar as músicas, um ventilador melhor e um tênis bom!

Apesar de tudo, estou feliz com os treinos. E confiante que vou terminar a maratona em primeiro lugar!!!

É isso, só para atualizar esse ponto!

Nostalgia - Instalando o Windows 2.x (Windows/286 e Windows/386) em 2023!

Pessoal,


Agora vamos instalar o Windows 2.x.

Essa versão foi lançada em dezembro de 1987 e consistia de duas versões: uma versão (Windows/286) para os processadores 8086, 8088, 80186 e 80286 e outra (Windows/386) para o 80386.

As caixas das versões eram assim:



Além das melhorias gráficas dessa versão (o Windows 1.x foi muito criticado na época pois a parte gráfica estava muito atrás das versões do System da Apple e do Visi On da VisiCorp), a Microsoft teve que trabalhar bastante no acesso à memória dos PCs nessa versão do Windows. Isto porque a versão inicial (2.0) somente acessava a memória alta (acima de 640KB) nos 80386; os PCs com processadores mais antigos (8086, 8088, 80126 e 80286) somente acessavam a memória convencional (os primeiros 640KB da RAM).

Posteriormente, em 1988, foi lançada a versão 2.1 para 286 (o já citado Windows/286) que usava o driver HIMEM.SYS para acessar a memória alta e aumentando a memória disponível. Essa versão funcionava também nos 8086, 8088 e 80186.

Também foi lançado em 1988 a versão Windows/386 além de usar o HIMEM.SYS para aumentar a memória utilizável, acessava o modo Virtual 8086 do processador 80386. Esse modo permitia a realização de multitarefa de aplicativos MS-DOS junto com os do Windows (o comportamento, na ausência desse modo Virtual 8086 era suspender a execução do aplicativo que não estivesse em primeiro plano).

Bom, deixa eu ir mais devagar. Primeiro, porque isso é meio complicado. Segundo, porque entender tudo isso vai ajudar a configurar tudo. Terceiro, porque esse assunto é bem interessante e eu gosto de estudar isso.

Lá na década de 1970/1980 os computadores eram, em sua maioria, de 8 bits. Isso quer dizer que os registradores eram de 8 bits, mas o barramento de endereços era de 16 bits (2ˆ16 = 65.536 endereços ou 64k). Resumindo: um computador de 8 bits tinha registradores de 8 bits, acessava endereços de 16 bits para ler/escrever valores de 8 bits na RAM.

Depois vieram os processadores de 16 bits (registradores de 16 bits), mas esses processadores NÃO acessavam endereços de 32 bits, como seria de se imaginar. Endereços de 32 bits endereçam 4GB de RAM (2ˆ32 = 4.294.967.296). O problema é que em 1982, quando os primeiros processadores de 16 bits foram lançados (80186 e 80286), o megabyte custava cerca de 290 dólares (veja aqui). Assim, 4GB custariam singelos (US$ 289.21 x 1024MB x 4) US$ 1.184.604,16 !!! Isso mesmo, mais de um milhão de dólares!!! Isso sem contar na complexidade do processador precisar acessar mais portas, conexões, etc. Era desnecessário que um processador endereçasse 32 bits nessa época, era desperdício de esforço e de dinheiro! 

A Intel, então, resolveu limitar a quantidade de endereços acessíveis pelos processadores. Usando uma complexa gambiarra lógica, os processadores tinham registradores de 8 bits (os 8086 e 8088) ou 16 bits (80126 e 80286) mas acessavam endereços de 20 ou 24 bits (2ˆ20 = 1.048.576 bits ou 1MB e 2ˆ24 = 16.777.216 bits ou 16MB).

Para isso, usavam dois blocos de endereços de 16 bits (de 0000:0000 até FFFF:FFFF), o primeiro bloco chamado "segmento" e o segundo chamado "offset". O cálculo era o seguinte: pegava-se os 16 bits do primeiro bloco, multiplicava-se por &H10 e somava com o offset.

Por exemplo (tá tudo em hexadecimal, ok?): FFFF:0010 endereçava para FFFF x 10 = FFFF0 + 0010 =  100000. Esse valor (&H100000) corresponde a 1.048.576 bits ou 1024KB ou 1MB, ou seja, o maior endereço que 20 bits consegue endereçar.

Só que o maior endereço possível seria FFFF:FFFF, que daria FFFF x 10 = FFFF0 + FFFF = 10FFEF ou 1.114.095 ou 1087KB ou 1MB + 63KB. Esses 63KB, no final dos endereços, é chamado de HMA (High Memory Area).

Os processadores 8086 e 8088 só endereçam, como foi dito, endereços de 20 bits ou 1MB. Já os 80186 e 80286 conseguiam acessar esses últimos 63KB de endereços.

A memória era utilizada assim, pra resumir: o DOS, os programas e os drivers eram carregados nos primeiros 640KB da RAM (de &H00000 a &H9FFFF), chamada de "Memória Convencional". Os endereços acima do &HA0000 até &HFFFFF eram reservados (por exemplo, de &HA0000 até &HCFFFF é reservado para vídeo; de &HF0000 até &HFFFFF é para BIOS, etc). Essa região da memória é conhecida por Upper Memory Area ou UMA. A acima dela ainda tem a HMA (de 63KB). Leia mais sobre o gerenciamento de memória do MS-DOS aqui


Logo viu-se que apenas 640KB de memória era pouco, só que mais memória ainda era caro demais.

Uma das gambiarras soluções foi fazer o que já era usado nos computadores de 8 bits ou nos videogames antigos: cartuchos. Quer dizer, um hardware especial que tinha mais memória RAM. Essa memória era chamada de Expanded Memory, Memória Expandida ou EMS. Basicamente era mais RAM (iam até 8MB ou mais) era dividida em "páginas" de 16KB e que eram carregadas para a UMA. Quando uma informação alocada nessa EMS (área depois do 1MB) era solicitada, a página de 16KB onde estava o dado era carregada para a UMA e acessada para trabalho. Inicialmente esse controle da EMS era realizado por hardware especializado, mas com a chegada dos 80386, o controle do EMS passou a ser realizado por software.

Desde os 80286, era possível colocar mais memória acima de 1MB e acessar dados dos programas, mas não o programa em si (que precisava ficar nos 640KB da memória convencional). Essa é a Memória Estendida ou XMS. Mas claro que não era fácil...

O MS-DOS normalmente liberava o acesso a apenas 1MB, chamado de modo real (era como rodava um 8086 com endereço de 20 bits); para acessar a memória estendida, XMS, era necessário reiniciar o computador para acessar um outro modo, o modo protegido, onde o sistema operacional criava tabelas para controlar o endereçamento dos programas. No modo protegido, para detalhar um pouco mais, são criados endereços virtuais e cada programa acessa esses endereços achando que está acessando a memória real, mas na verdade está acessando uma memória virtual gerenciada pelo sistema operacional e suas tabelas de alocação de memória. Apenas o SO tem acesso a tabela "global" (GDT ou Global Description Table) e, obviamente, apenas um dos dois modos era permitido por vez.

Nos 80286 era permitido acessar, como dito acima, endereços de 24 bits, ou seja, até 16MB de RAM, mas cada programa acessava apenas 8MB. Para acessar essa XMS, era necessário configurar o driver "himem.sys" na inicialização do computador (quando o DOS carregava o "config.sys") e colocar o comando "DOS = HIGH, UMB", para o DOS acessar a UMA e carregar vários drivers nesses 384KB da UMA. Nesse local também era carregado um gerenciador de memória, geralmente o EMM386 (ou o QEMM), para emular a EMS e carregar as páginas da XMS. Ainda tinham outras configurações para o config.sys (LH para utilitários residentes e DEVICEHIGH para drivers) para carregar os drivers para a HMA (aqueles últimos 63KB). Assim, vários drivers eram alocados na UMA, liberando memória convencional para programas e permitindo o acesso ao EMS e XMS. Esses drivers eram: ANSI.SYS (para resoluções de texto e cores), drivers de dispositivos SCSI e de rede, drivers para mouses (MOUSE.EXE) e CD (MSCDEX.EXE), etc.

Por exemplo, para carregar o ANSI.SYS na UMB, o arquivo CONFIG.SYS ficaria mais ou menos assim:

  DEVICE=C:\DOS\HIMEM.SYS
  DEVICE=C:\DOS\EMM386.EXE
  DEVICEHIGH=C:\DOS\ANSI.SYS

Já o AUTOEXEC.BAT para carregar algumas coisas na UMB ficaria assim:

  LH C:\DOS\MOUSE.EXE
  LH C:\DOS\DOSKEY.EXE
  LH C:\DOS\SMARTDRV.EXE

Resumindo, os processadores eram assim: os 8086 e 8088 (de 8 bits) e os 80186 (de 16 bits), que acessavam endereços de até 20 bits, e o 80286 (de 16 bits), que acessava endereços de até 24 bits. Todo o trabalho era para liberar os 640KB da memória convencional para carregar programas, inicialmente carregando drivres na UMA e, no 80286, na HMA; usando EMS para armazenar e carregar dados em segmentos de 16KB para a UMA e, com o 80286, usando a XMS em modo protegido para acessar todos os 16MB de RAM (ainda que apenas até 8MB para cada programa).

Em 1985 foi lançado o 80386 e aí passamos de 16 bits para 32 bits (registradores) e endereços de até 32 bits (atingindo os 4GB). Nesse processador, foi criado um modo de 8086 virtual para os programas do DOS rodarem isolados uns dos outros (semelhante ao modo protegido, já citado lá pra cima no post).

Mais pra frente, no final da década de 1990, os 32 bits já ficaram pouco para endereçar memória (4GB já começou a ficar pouco para empresas). Aí começou-se a desenhar os processadores 64 bits, capazes de endereçar 18 EB (Exabytes) de RAM. Enquanto os 64 bits não chegavam, começaram a criar espaços nos 4GB da RAM para paginar mais memória (voltando a fazer o que os computadores de 8 bits faziam com os cartuchos ou os de 16 bits faziam com a EMS). Outra solução foi a encontrada pelos Pentium de 32 bits (eles acessavam endereços de 40 bits, que chega a 1TB de RAM, para acessarem mais que 4GB de RAM). Eles usavam a PAE (Extensão de Endereçamento Físico) e a AWE (Extensão de Janela de Endereço). Para mais detalhes, tem esse artigo aqui da Microsoft.

Só para completar a informação: os processadores atuais (2023) de 64 bits tem registradores de 64 bits mas endereçam em 50 bits (1 Petabyte de RAM), pois, como dito, 18 EB ainda tá um pouco longe pra gente...

O Fábio Akita tem um vídeo excelente sobre esse assunto (veja aqui). Recomendo muito que assistam os vídeos dele.

Bom, tudo isso para explicar sobre as diferenças das versões do Windows 2.0, 2.1/286 e 2.1/386...

Vamos em frente!

Primeiro vamos instalar o Windows 2.1/286 usando os disquetes 5 1/4 abaixo em cima do DOS 5.0:





Após selecionar o primeiro disco (Setup), mudar para "A:" (drive de disquete) e rodar o executável "setup.exe", caímos nessa tela aqui:


Era assim que as coisas eram instaladas no MS-DOS... E já tivemos o primeiro problema:


Olhando o arquivo CONFIG.SYS, a gente vê isso aqui:


Antes de explicar a solução, vamos entender esse arquivo. Primeiramente, para acessar o arquivo basta executar o comando "C:> EDIT CONFIG.SYS". O CONFIG.SYS é usado para carregar drivers e configurar alguns parâmetros do sistema. A diretiva DEVICE carrega os drivers para a memória convencional e DEVICEHIGH (como dito lá pra cima), carrega esses drivers para a memória alta (HMA). A diretiva DOS=HIGH determina carregar o DOS na HMA e FILES=10 permite carregar até 10 programas ao mesmo tempo pelo sistema.

Conforme a gente viu, está determinando que o DOS seja carregado na HMA (aqueles últimos 63KB, lembram?) e o Windows recomenda liberar a HMA. Assim, para resolver isso, vou mandar trocar o carregamento para a UMA (Upper Memory Area, a área com 384KB acima da Memória Convencional). Para isso, é só mudar a diretiva para "DOS=UMB".

Depois de mudar isso, salvar o arquivo e reiniciar o computador, executamos o "A:> SETUP.EXE" novamente, mandamos instalar o Windows e agora fica assim: 


Ótimo! Resolvemos esse problema! Vamos em frente. A próxima etapa pergunta qual o tipo de computador. Aqui, vou escolher "IBM AT (or 100% compatible)" e aceitar as configurações recomendadas (vídeo VGA, US Keyboard e Microsoft Mouse).

Agora o Windows quer saber sobre a Memória Estendida, a XMS.

(Notem que é Extended Memory ou XMS e não a Expanded Memory ou EMS!)

Como eu aloquei 32MB para essa VM (nem precisava tudo isso, porque endereçando apenas 2ˆ24 bits, o 80286 acessa até 16MB...), vou clicar E para ir em frente e ir trocando os discos. Na ordem: SETUP, BUILD, DISPLAYS 1 e 2. Na opção para instalar impressoras, optei por declinar e seguir em frente. Agora escolho o país (moedas, pontuação, etc) e já pula para UTILITIES 2 (o 1 deve ser para impressora). Depois para FONTS 1, Desktop Applications Disk e Windows Write Program Disk.

Feito tudo isso, aparece isso aqui agora:


O AUTOEXEC.BAT é um arquivo em lote. Grosso modo, é um arquivo com uma lista de comandos que é executada geralmente sem a intervenção do usuário. Do mesmo modo que o CONFIG.SYS, o AUTOEXEC.BAT também conttém diretivas para o carregamento de programas e permite carregar na Memória Convencional ou HMA (diretivas LOADHIGH ou LH, já citado lá atrás). O que foi informado é que o AUTOEXEC será modificado acrescendo um atalho para o diretório do Windows ("PATH C:\WINDOWS;C:\DOS"). O AUTOEXEC.BAT é o modificado e o AUTOEXEC.BAK é o original.



Se quiser estudar um pouco mais sobre o AUTOEXEC.BAT e CONFIG.SYS, veja aqui e aqui.

Agora o Windows vai tentar configurar a EMS e/ou XMS. Escolher executar o "Memset".



Bom, foi rodar o Memset e esses 32MB não são reconhecidos como EMS ou XMS :(


Enfim. Terminado o processo, a gente reinicializa o sistema e acessa o Windows com "C:>WIN".


Bom, acabada a instalação, resolvi tentar rodar o MEMSET novamente.


Aqui eu dei um "golpe". Falei que irei rodar o Windows/386.



Uai, parece que agora o Windows encontrou quase 32MB de memória estendida (XMS)! Confirmo a criação do SMARTDRV.SYS e...


Pronto!

Nesse vídeo abaixo, confira que o relógio está em segundo plano, mas o ponteiro dos segundos continua a funcionar. Multifarefa on, baby!


Agora vamos instalar o Windows/386.

Aqui no 80386 vamos instalar com disquetes 3 1/2" usando o MS-DOS 6.22:



E essa aqui era a frente da caixa do Windows:


O processo é igual ao outros: inserimos o disco SETUP/BUILD (repare que como esses discos são mais densos e cabem mais dados, são menos discos!). Ele pergunta em qual computador será instalado. Por falta de opção melhor, escolhi "Intel Inboard 386/AT".  A instalação restante é exatamente como a versão 2.1/286.

Do mesmo modo rodou o Memset e do mesmo modo falou que não havia EMS ou XMS instalada. E do mesmo modo estava "DOS=HIGH" e a gente tem que mudar para "DOS=UMB" para liberar a HMA para o sistema. Assim, a gente reinicia a VM pra carregar os drivers novos e corre o MEMSET. Ao contrário da versão do 286, aqui esse "golpe" não rolou :(

Apesar disso, contemplem o Windows 2.1/386 em todo o seu esplendor! :)





Bom, é isso então. Foi um post bem longo, mas com muito conteúdo!

terça-feira, 18 de abril de 2023

Nostalgia - Instalando o Windows 1.04 em 2023!

Pessoal,


Em 1985 a Microsoft lançou a primeira versão do Windows custando US$ 99 (US$ 274,14 em valores atuais).

O Windows 1.x não era um sistema operacional propriamente dito, mas uma interface de modo gráfico para o MS-DOS. Exigia uma CPU Intel 8088, MS-DOS 2.0 ou maior (devido ao suporte para mouse) e 256KB de RAM (para a versão 1.01) e 320KB para as versões 1.03 e 1.04. As versões 1.0 Premiere Edition e 1.01 continham vários problemas que foram solucionados nas versões 1.02 de 1986 com suporte a línguas diversas e, em 1987, pela versão final (1.04).

A caixa era assim:


 


Este foi o cartaz do lançamento do Windows 1:


Aqui tá a carinha dos quatro disquetes da instalação:





Optei por instalar a versão final 1.04 para fugir dos conhecidos bugs. Por algum motivo de memória do sistema, não explicar, o Windows 1.04 não funciona com o MS-DOS 6.22. Assim, instalei o MS-DOS 5.00 (instalação igual ao 6.22) e, então, instalei o Windows 1.04. Basta colocar os discos, mudar para o drive "a:" e executar o programa "setup.exe".


Vá escolhendo "C" para continuar e, às vezes, confirmando com "Enter". Escolha a pasta inicial ("C:/Windows"), o tipo de teclado (eu escolhi 1, USA). Escolha também o nome do seu "pointing device", nome antigo do atual "mouse" ou "rato" (escolhi o 2 - Microsoft Mouse (Bus/Serial)). Depois escolhi o monitor "5": EGA colorido. Agora vá trocando dos discos (D1 é Setup, D2 é Build, D3 é Utility e D4 é Font).

Eis o Windows 1.04 no esplendor de sua glória!


Três pontos:

1 - Assim como o problema que tive com o VMWare lá em 2018, também precisei instalar o MS-DOS 5 para conseguir instalar o Windows 1.04;

2 - É completamente inútil se não fosse pela nostalgia de ver essa versão antiga rodando;

3 - O mouse não funciona, mesmo a gente tendo selecionado ele lá atrás. O Windows 1.x não suporta mouse padrão PS/2, assim, é necessário substituir o arquivo MOUSE.DRV pela da versão do Windows 2.03 e instalar com a versão para mouse em porta serial para funcionar. Neste post aqui explico direitinho como fazer isso.

Só não faça como eu que fiz o mesmo erro lá de 2018. Primeiro edite o disco de Setup trocando o arquivo MOUSE.DRV ANTES de instalar o Windows ou terá que refazer tudo novamente...

Agora sim temos mouse!



Pronto, sem problemas também. Como também coloquei a porta do servidor do desktop remoto, também já consigo acessar pelo RDP!

É isso, pessoal!

Nostalgia - Instalando MS-DOS 6.22 em 2023!

Pessoal,


Como eu disse anteriormente, resolvi reinstalar as VM das versões do MS-DOS 6.22 e do Windows antigos.

Eu já tinha feito isso antes (veja a série Nostalgia que começou aqui). De lá pra cá, algumas considerações justificam essa reinstalação toda (e do modo que eu fiz):

1 - Da primeira vez, eu instalei tudo no VMWare que roda no MacMini. Na época, era o único computador que eu tinha (foi antes do PC véio do Proxmox chegar);

2 - Apesar do VMWare ser ótimo, tenho usado muito o VirtualBox (gratuito, leve, fácil);

3 - O Proxmox era o objetivo final (instalar tudo nele), mas a palhaçada de não aceitar imagem de disquetes e a dificuldade absurda de obter áudio geraram algum ranço com o sistema. Na verdade não com o sistema em si, mas com o time de programadores;

4 - Tentei instalar o Windows Server (exige duas placas de rede) e o VMware ESXi (incompatível com meu hardware). Assim, apelei: peguei o note véio da patroa (uma super máquina com um Core i5 2430M de segunda geração, 16GB de RAM e HD 500GB 😂😂 ), instalei o Ubuntu Desktop nele e o Virtual Box e acesso tudo pelo MS Remote Desktop; 

5 - Para acessar cada VM no VirtualBox (uma vez que todas rodam no IP do note véio), para cada uma delas troquei a porta do Servidor do Desktop Remoto (para o DOS coloquei 5001, para o Windows 1.x coloquei a porta 5002 e por aí vai).

Bom, dito isso, vamos relembrar alguns fatos interessantes sobre o MS-DOS e, depois, à instalação do MS-DOS propriamente dito. A instalação do MS-DOS é bem fácil.

O site WinWorld contém várias opções de vários sistemas operacionais. Especificamente para o MS-DOS, estão presentes todas as versões, desde o MS-DOS 1.0 até a última disponível, a 6.22 (última disponível como stand alone, com venda ao consumidor; o MS-DOS foi até a versão 8.0 dentro do Windows ME).

O MS-DOS é originado do 86-DOS, um clone do CP/M 86, que foi comprado pela Microsoft e usado como base para os computadores da IBM.

A primeira versão do MS-DOS, lançado em 1981, era muito simples (não permitia diretórios e subdiretórios), tinha poucos comandos, não permitia a instalação em HDD e suportava apenas discos de 8 polegadas single-sized com 8 setores e 160KB! Posteriormente surgiram os disquetes de 5 1/4" e 3 1/2" com maiores capacidades (esses discos de 8" chegaram até a espantosos 1,2MB).

(Disquetes de 8", 5 14"e 3 1/2". Fonte: Wikipedia)

A título de curiosidade, vejam a comparação dos tamanhos dos drivers desses disquetes:

(Esse driver do 8" deve ser do tamanho do meu MacMini! Fonte: Wikipedia)

Abaixo está um disco de 1981, com o MS-DOS 1.00, que era usado nos computadores IBM (IBM PC-DOS):


Bom, a linha de evolução desses sistemas foi assim, então:

CP/M 80 -> CP/M 86 -> 86-DOS -> IBM PC-DOS -> MS-DOS

A versão MS-DOS 2.0, de 1983, já suportava subdiretórios e discos de até 10 MB! A versão 3.0 (1984) suportava partições FAT16 de até 32MB e disquetes de 1.2MB, suportava redes (3.10), discos 3 1/2" de 720k (3.20 de 1986)), discos de 1.44MB (3.30 de 1988), HDD de até 2GB (4.0 de 1988), QBASIC e acesso a memória alta - HIMEM (5.0 de 1991) e desfragmentador de disco, antivirus e outras ferramentas a partir da 6.0 de 1993. A última versão, de 1994, foi a 6.22 (o Windows 95 continha uma versão de DOS chamado de "DOS 7", mas não era, tecnicamente, um sistema independente).

Bom, para a instação aqui da VM vamos usar o MS-DOS 6.22 com suporte a Português brasileiro.

 
(Escolha sua opção: Disco 5 1/4" ou 3 1/2"?)


Assim, ao abrir o VirtualBox, crie uma máquina nova escolhendo Tipo "Outro" e Versão "DOS", Além disso, não coloquei nada em Imagem ISO (vamos colocar os disquetes depois).


Deixei 32MB de RAM, apenas 1 núcleo e um HDD de 80MB! Criada a VM, clique em "Armazenamento" e abrirá a imagem abaixo. Aqui eu coloquei o caminho do primeiro disquete da instalação (e a medida que foi sendo solicitado, coloquei os discos 2 e 3).


Por último, após dar ok na tela acima, clique em "Tela" e, na tela que se abrirá, vá em Tela Remota, marque Habilitar Servidor e mude a porta de 3389 (padrão do MS-RDP) para outro número livre (como disse acima, eu coloquei 5001).


Pronto, agora é só seguir as ordens. Enter para confirmar que quer instalar o DOS, Enter de novo para configurar o disco (HDD), troque os discos e confirme com Enter, tire os discos ao final e pronto, MS-DOS 6.22 instalado!


Para acessar pelo Microsoft Remote Desktop, clique no "+" e escolhar "Add PC". No nome, coloque o IP com a porta, escolha o usuário da conta do Ubuntu, dê um nome amigável (caso queira) e escolha o grupo de acesso (caso queira). As opções "General", "Display" e "Devices & Audio", deixei tudo padrão. Em "Folders", escolhi a pasta "Downloads" do Mac para compartilhar como o DOS (para passar jogos, etc).

Pronto, MS-DOS rodando no MS-RDP no Mac! Fácil!


 Esse é o post de hoje. Nos próximos posts iremos instalar as versões do Windows e outros SOs!