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terça-feira, 13 de agosto de 2024

Instalando versões clássicas do Apple Macintosh!

Pessoal,


Realmente estou sem tempo atualmente. Muito trabalho (graças a D'us), mas com pouco tempo para lazer. Mas a gente vai se divertindo mesmo assim!

Bom, eu nunca tive computadores Apple quando eu era mais novo. Como já contei aqui, meu primeiro computador foi um Gradiente MSX DDPlus e, a seguir, alguns PCs. Meu primeiro Mac, um MacBook White Unibody, foi comprado só em 2009.

Eu sempre achei o Macintosh clássico muito bonito e elegante, mas eles sempre foram muito caros. O modelo Macintosh Classic, de 1990, custava a partir de US$1,000 lá nos EUA (algo como US$ 2,500 em valores atuais). O modelo Macintosh 128K, de 1984, custava $2,495 ($7,700 em valores atuais).


Além de caros, esses computadores eram "impossíveis" de serem comprados no Brasil. Não bastasse o preço, absurdamente caro para a realidade brasileira na década de 1980 ("a década perdida"), ainda tínhamos a fantástica Reserva de Mercado, uma genial idéia para fortalecer a indústria nacional mas que, na prática, proibia a importação de diversos produtos, tornando o Brasil um dos países mais fechados do mundo em termos de comércio internacional e tornando o mercado interno do país um feudo exclusivo de alguns poucos fabricantes que só traziam produtos ultrapassados e caríssimos. Assim, oficialmente a Apple só chegou ao Brasil em 1995, após o fim da Reserva de Mercado e com a criação do Plano Real (veja essa reportagem aqui).

Uma curiosidade: em 1987 uma empresa brasileira, a Unitron, lançou um clone do Macintosh 512K. Esse computador gerou uma batalha comercial entre os EUA e o Brasil. Veja essa história aqui e aqui.

Enfim, vamos voltar ao tópico deste post.

A Apple lançou, desde 1984, uma enormidade de modelos. É até difícil entender o quê vem antes de quê. Achei essa foto no Wikipedia para ilustrar melhor:


É uma enormidade de modelos. Eu até que não me interesso tanto pelos modelos em si, mas preciso saber quais modelos rodam as versões do SO que pretendo instalar.

Os modelos clássicos são divididos em "Old World ROM" e "New World ROM". Os primeiros, de 1984 até 1998, tanto com processadores Motorola 68000 quanto IBM PowerPC, utilizavam o Macintosh Toolbox, uma série de recursos, drivers, rotinas e APIs armazenados na ROM. Isso era devido ao fato da ROM ser mais barata e mais rápida que a RAM, assim uma boa parte do SO era carregado da ROM e não do disco de inicialização. Leia aqui para entender um pouco mais sobre isso. Já os do segundo tipo não tinham esse ToolboxROM na placa lógica, mas usaram uma ROM de inicialização armazenada na pasta "System".

Em 2006 a Apple adotou chips da Intel para toda a sua linha e o boot passou a ser por UEFI e em 2020 a Apple passou a adotar chips de arquitetura ARM desenhados por ela mesma (Apple Silicon).

Assim, para entender qual emulador usar, precisamos definir qual o modelo de Macintosh queremos usar, saber qual o seu processador e sua ROM, escolher a memória e qual a versão do SO desejamos... Muito simples, não?

A Apple usou chips da família Motorola 68000 inicialmente. Os 68000 eram 16-bits com registradores 32-bits, com clock de 5 a 16 MHz. Os 68020 eram 32-bits, usados inicialmente no Macintosh II, com clock de 16 MHz. Os 68030 permitiam memória virtual e tinham um cache para dados, eram 32-bits e tinham clock de 16 a 33MHz. Já os 68040 tinham melhor performance que os 68030 e tinham mais cache de data, além de clock de 25 a 40MHz.

Em 1994 a Apple adotou processadores IBM PowerPC. Foram os modelos PPC 601, 603, 604, G3, G4 e G5. O chip PPC-G4 foi o primeiro a ter clock de 1GHz e o G5 foi o primeiro processador 64-bits para Mac.

Em 2006 a Apple passou a adotar processadores Intel x86, indo dos Core Solo e Duo aos Ice Lake, da 10a geração.

E, por fim, em 2020, a Apple passou a adotar os chips ARM desenvolvidos por ela e produzidos pela TSMC.

Aqui estão todos os chips dos modelos da Apple.

Aqui está a lista de todos os produtos da Apple.

A figura (também obtida da Wikipedia) abaixo mostra a relação da versão do SO, do modelo de Mac e o processador:


Para simplificar, podemos resumir assim as opções para Macintosh clássicos:

 - Macintosh 128 ou 512 - System 1 e 2
 - Macintosh Plus - System 3
 - Macintosh SE e II - System 4 e 5
 - Macintosh IIX e SE - System 6
 - Macintosh LC e Quadra - System 7

Aqui tem um bom resumo de todas essas versões.

Por fim, os emuladores. Atualmente temos 4 opções viáveis:

 - Mini vMac - para emular computadores de 1984 a 1996 (família Motorola 68000), do System 1 ao 7.6; 
 - Basilisk II - para emular os Mac Classic (do System 1 ao 7.6) ou Mac II (System 7.x ao 8.1);
 - SheepShaver - para emular Macs com processadores PowerPC (de 7.5.2 a 9.0.4);
 - Infinit Mac - para emular todos os Macs clássicos e NeXT até o MacOS 9.0. É online!

Dito tudo isso, vamos colocar a mão na massa e instalar alguns máquinas virtuais :)
  • Mini vMac
Após fazer o download do aplicativo (aqui), descompacte ele. Para Mac, ele aparecerá com extensão .app e para Windows aparecerá como .exe.

Após executar, ele fará o bip clássico dos Macs antigos e aparecerá uma mensagem informado que não foi possível encontrar a ROM do computador:


Agora vamos ter que procurar a ROM do sistema desejado. Como dito mais cedo, o Mini vMac emula computadores que rodam do System 1 ao System 7.6, fabricados até 1996 e que usam processadores da família Motorola 68000. Macs que tinham processadores Power PC (G3 em diante, iMac, "New World ROM, etc), não vão rodar neste emulador.

A ROM você consegue baixar no site Macintosh Repository (aqui). Aqui você pode escolher a ROM desejada.

Escolhida a ROM, esta deve estar na mesma pasta que o aplicativo (.app ou .exe) e deve ter o nome "vMac.ROM" (exatamente assim!). Uma vez baixada a ROM, modificado o nome e colocada na pasta, ao executar o Mini vMac, aparecerá a imagem abaixo, informando que o sistema operacional não foi encontrado.


Escolhida a ROM (a máquina), agora vamos escolher a versão do sistema operacional.

Um pequeno adendo: você perceberá que esse disquete com interrogação pisca bem rápido. Isso acontece porque, por padrão, o vMac roda 8 vezes mais rápido que o Mac real. Apertando e mantendo pressionado <Control + S>, você poderá alterar a velocidade do emulador.

Para baixar a versão do sistema operacional desejada, recomendo o WinWorld (aqui), nosso velho conhecido das instalações de versões antigas de DOS e Windows.

Como escolher qual versão? Depende de qual máquina (ROM) você escolheu. Por exemplo o Macintosh 128K roda até o System 3, o 512K roda até o System 4.1, o Plus roda do 3.0 até o 7.5.5, o Classic II roda do 6.0.8 até o 7.6.1 e o Color Classic II roda do 7.1 ao 7.6.1. A lista de compatibilidades pode ser encontrada aqui. Algumas ROMs estão corrompidas, sendo necessário garimpar pela internet. Sites como o Archive.org são boas fontes (veja aqui e aqui, por exemplo). Este site aqui também tem algumas ROMs.

Baixado a versão correta do System, é só deixar na pasta onde já está o aplicativo do Mini vMac e a ROM e arrastar o arquivo (extensão .img) para o Mini vMac em execução.

Uma sugestão: como esse aplicativo é pequeno (apenas 129KB) e as ROMs e IMGs são pequenos também, crie pastas para cada máquina que quiser manter. Assim, por exemplo:


Bom, ao executar o Mini vMac com a ROM adequada e arrastando o disco do SO para o aplicativo, teremos isso aqui:



Veja que, ao iniciar o sistema, temos o disco de instalação mas não temos HD para instalar. Assim, vamos instalar um HD nesse Mac e instalar o SO nesse HD.

A imagem do HD pode ser obtida aqui. Também podemos usar o aplicativo Disk Jockey (aqui) para criar as imagens. Caso escolha o Disk Jockey, lembre-se de escolher para qual tipo de máquina vai usar.

Escolha o tamanho, descompacte a imagem (.dsk), arraste para a máquina aberta e mande instalar no HD. Bem simples esse processo. Vai pedir para adicionar os discos (é só arrastar para o app) e reiniciar a máquina. Agora arraste o a imagem que você criou e instalou o SO e pronto:

("Olá, eu sou o System 6.1, rodando em um HD no Macintosh Plus!")

Para instalar jogos e aplicativos nesse Macintosh, basta arrastar o arquivo .dsk ou .img do programa para a máquina. Há vários sites com aplicativos e jogos, como o o Macintosh Repository e o Archive.org.

Caso o arquivo baixado esteja com final .sit, é porque ele está compactado com o StuffIt, um "ZIP" antigo dos Macs. Para usar programas assim, baixe o arquivo para resolver isso aqui. Para isso, baixe o arquivo dessa página (importfl-1.2.2.zip), descompacte e arraste o .dsk para o vMac. Lá dentro, abra o .dsk e arraste o arquivo "importFl" para o HD, para manter gravado no HD. Depois, ao abrir o arquivo do HD, aparecerá a mensagem "ImportFl: Ready to import...". É só arrastar o .sit.

Primeiro temos que baixar o ResEdit (aqui). Esse programa basicamente dirá ao Mac antigo que um arquivo .sit deve ser lido como um arquivo do StuffIt. É como dizer que um arquivo .doc é para ser lido pelo Word ou um .xls deve ser lido pelo Excel. Coisas de computador antigo.

Depois de baixar, você verá que o arquivo tem esse nome aqui: "resedit_2.1.3.img_.sea__0.bin". Isso nada mais é que um arquivo zipado. Apenas mude o .bin para .zip e descompacte, arraste o arquivo .img que foi descompactado para o vMac e, por fim, arraste-o para o HD. Após abrir o ResEdit e selecionar o arquivo .sit desejado, você receberá uma mensagem assim:


Para resolver isso, clique em "ok" para criarmos a ligação entre o .sit e o programa StuffIt. Vá em File -> Get Info for <seu arquivo.sit>.

Aqui temos que mudar as informações em "Type" e "Creator":


Essas informações podem ser obtidas no site MacDisk. Este site mostra a assinatura do criador do programa, qual o tipo do arquivo, qual a extensão e qual o criador. Veja a figura abaixo:


Assim, os arquivos .sit são da StuffIt e, no ResEdit, vamos colocar como tipo "SIT!" e como criador "SIT!". Deve ficar assim:


Agora pode fechar o arquivo (clicando no quadrado do canto superior esquerdo) e salvá-lo e sair do ResEdit.

Isso talvez seja necessário para cada arquivo que você fizer... Coisas de retrocomputação...

Agora precisamos do StuffIt e você pode baixá-lo aqui. O processo é o mesmo de outros programas: baixar, descompactar, arrastar o .dsk para o Mac e copiar o executável para o HD. Agora execute o StuffIt, escolha o .sit que deseja abrir e pronto!

Basicamente isso é o necessário para o Mini vMac! Achei um vídeo no YouTube com um bom tutorial também (veja aqui).

  • Basilisk II
Basilisk II é um emulador multiplataforma (Unix, MacOS, Windows, BeOS e até AmigaOS) que emula desde o Mac Classic (rodando do System 1.x até o 7.6) ao Mac II (rodando System 7.x, 8.0 e 8.1), porém apenas para processadores Motorola 68xxx. Entretanto o projeto foi interrompido em 2008 mas é mantido por voluntários.

O download pode ser obtido aqui, no GitHub do projeto, ou aqui, no Emaculation. No caso do Basilisk II, é necessário baixar o aplicativo e um aplicativo adicional para a interface mais amigável (BasiliskGUI, aqui). Também é necessário baixar ROM para a máquina (baixei aqui), mas já deixei outras opções acima, no tutorial do Mini vMac. Além disso, também é necessário fazer o download do sistema operacional (aqui).

Após realizar os downloads, crie uma pasta e deixe os arquivos para cada máquina que deseja criar lá, assim como mostrei no Mini vMac. Fica bem mais fácil e organizado, ainda que ocupe um pouco mais de espaço. A ROM, neste emulador, pode ter qualquer nome (prefiro deixar o nome da máquina que vou emular), uma vez que o programa vai ser informado do nome e localização da ROM.

Também precisaremos de uma imagem de disco como HD. Podemos usar as imagens limpas que eu tinha mostrado antes ou o aplicativo Disk Jockey (aqui) para criar as imagens. Caso escolha o Disk Jockey, lembre-se de escolher para qual tipo de máquina vai usar.

Agora abra o Basilisk II GUI.


Primeiro vamos adicionar os discos. A ordem deve ser o disco de instalação e depois o HD. Depois, em "Unix root", indique uma pasta para poder transferir arquivos entre o computador atual e a VM. Agora, em 
"Graphics/Sound", escolha a atualização da tela (preferi deixar em 30MHz) e o tamanho da janela que você quer. Em "System", escolha o tipo de máquina, o tamanho da RAM e o processador e indique onde está a ROM escolhida. O botão "Start" só inicia a VM se ela estiver na pasta "Aplicativos", caso contrário nada ocorre.

Na pasta onde colocou tudo, simplesmente inicie clicando em "Basilisk II". Abra a imagem com a instalação e escolha instalar no HD. Ao final da instalação, saia da VM, execute novamente o GUI e retire o volume de instalação, deixando só o volume do HD.

Na primeira vez que executar após a instalação, talvez apareça esse erro aqui:


Para solucionar, reinicie a VM com o SHIFT apertado (talvez precise fazer isso algumas vezes), vá na pasta "System Folder -> Extensions" e apague a extensão "A/ROSE". Outra opção pode ser escolher uma VM com processador menor (inicialmente tinha escolhido o 68040, que deu este problema e, depois, com o 68020, não tive problemas).

Pessoalmente achei o Basilisk II mais fácil de configurar que o Mini vMac.

Aqui, no Emaculation, tem um bom tutorial para a instalação do Basilisk em MacOS. E aqui, no YouTube, tem um bom também (baseado no Emaculation).

Um detalhe é que algumas imagens do System 8.1 podem dar problema para instalação. Aparece uma mensagem assim: "Error: The system software on the startup disk functions on the original media, not if copied to another drive." Esse erro é basicamente porque o sistema interpreta que a sua cópia é ilegal e para resolver basta ir clicar com o botão direito sobre a imagem, ir em "Obter informações" (ou Propriedades do Arquivo, caso esteja no Windows) e mudar o arquivo para "Read Only". Pronto! :)



  • SheepShaver
Esse é o terceiro emulador para rodar Apple antigo. Ao contrário dos emuladores anteriores, este emula o processador IBM PowerPC que equipava os Macs até a Apple migrar para os processadores Intel.

PowerPC é um acrônimo de "Performance Optimization With Enhanced RISC - Performance Computing" e refere-se a uma arquitetura de processador RISC criada por uma associação entre Apple, IBM e Motorola. Produziu processadores de 32 e 64bits e equipou, além desses Macs clássicos, vários consoles como XBox 360, PlayStation 3, Game Cube e Wii.

Como curiosidade, um modelo em especial dos PowerPC é usado até hoje: é o modelo RAD750, um processador já citado aqui no blog (veja aqui), desenhado em 2001 para tolerar altos graus de radiação (200.000 a 1.000.000 Rads) e temperatura (-55 a 125 graus). Esse modelo de 32bits, produzido em um "arcaico" processo de 150nm e opera em 110 a 200MHz, equipa vários satélites e, inclusive, o Perseverance (enviado para Marte). Custa singelos US$ 340.000 e são idênticos aos processadores utilizados pelos PowerBook G3, iMacs coloridos e os primeiros iBooks!

Voltando ao SheepShaver: assim como nos emuladores anteriores, crie uma pasta para colocar o aplicativo baixado aqui, a ROM baixada aqui e o System 9.0.4 baixado aqui (o SheepShaver emula do 7.5.2 ao 9.0.4, portanto o 9.1 e 9.2 não funcionarão aqui).

A ROM baixada deve ter exatamente esse nome: "Mac OS ROM", sem extensão.

Assim que você executar o SheepShaver, irá aparecer o disco com interrogação, informando que a ROM não foi encontrada. Vamos ter que fazer algumas configurações antes de funcionar tudo!

("Olá! Sou o SheepShaver e não encontrei o arquivo de ROM!!")

A primeira coisa que faremos é ir no menu do canto superior esquerdo do Mac e clicar no SheepShaver -> Settings. Nessa tela faremos todas as configurações necessárias.


Vá em "Create" para criar um disco virtual e escolha o nome que quiser, porém com a extensão ".hfv". Criei um HD de 500MB. Depois vá em "Add" para adicionar a ISO de instalação (lembre-se de marcar a ISO para Read Only, como explicado mais para cima no post. Depois mude a RAM para pelo menos 512MB.

Em "Audio/Volume" ajuste a taxa de atualização da tela (coloquei em Dynamic) e coloquei o tamanho da tela em 1024x768.

Em "Miscellaneous" certifique-se que "Ignore illegal instructions" e "Ignore illegal memory accesses" estejam marcados. Agora reinicie o emulador e instale normalmente!


Esse é, de longe, o mais "amigável" para instalar. É bem melhor que o Basilisk II e muito, muito melhor que o Mini vMac.




Bom, tá instalado! Não consegui ainda fazer a internet funcionar, mas o som está funcionando sem problemas.

Tem um bom tutorial aqui e um vídeo no YT aqui, ambos recomendados!

Tirando a curiosidade de ver ele funcionando, tem pouca utilidade prática! Se você quiser, pode fazer um Mac Clássico com um Raspberry Pi, como aqui!

Outra opção é essa aqui: o MacintoshPi! Pelo que entendi, ele permite que você escolha entre as versões do Mac OS 7, Mac OS 8 ou Mac OS 9 para emular no Raspberry Pi, e a instalação é praticamente automatizada. Ao executar o script principal ./build_all.sh, ele baixa e instala automaticamente todas as dependências, pacotes, ROMs, imagens do sistema e configurações necessárias. O processo leva cerca de duas horas para compilar tudo.

Depois de instalado, você pode rodar o sistema desejado com comandos simples, como mac os7, mac os8 ou mac os9. Além disso, o projeto suporta som, conexão à internet e emulação de modem, tudo sem precisar de um gerenciador gráfico (X.org), o que deixa a emulação mais leve e autêntica. Ele também inclui emuladores para Commodore 64/128/PET como bônus. Vale notar que ele não roda no Raspberry Pi 4 (e acredito que nem no 5), apenas em modelos como Zero 2 W, 2, 3, 3B, 3B+, e requer o Raspberry Pi OS (Legacy).

Outra coisa quem percebi é que a instalação dessas versões antigas do MacOS eram muito mais fáceis que as do Windows! Impressionante!!

Mas é isso por hoje! Até o próximo post, pessoal!


terça-feira, 4 de junho de 2024

Dica - Acessar um Windows 11 com o Remote Desktop no MacOS sem usar o MS Hello Pin

Pessoal,


Andei meio sumido nos últimos meses. Muito trabalho (graças a D'us) e pouco tempo para coisas pessoais.

Hoje quero comentar sobre um assunto que estava me incomodando há algum tempo.

Apesar de usar MacOS há muitos anos, é inegável que algumas coisas são feitas mais facilmente no Windows ou funcionam melhor no Windows ou, ainda, só existam para Windows. Ponto pacífico.

O meu problema é que não tenho computador físico com Windows instalado. Tenho um Synology, tenho um PC véio que atualmente está com UnRaid (às vezes instalo o TrueNAS, às vezes o Proxmox, mas sempre algo para teste) e tenho dois Macs (um MacMini e um MacBook Pro). Desse modo, a minha versão de Windows é sempre através de VM.

A maioria dos sistemas de VM usam o VNC para apresentar a VM em um browser (em geral usam o noVNC) e isso é ótimo, porque consigo acessar remotamente a VM de qualquer computador em casa ou da rua, se necessário.

Basicamente isso resulta em dois problemas.

O primeiro e o que mais incomoda, ao menos a mim, é a lentidão. A VM fica lenta e, em alguns casos, fica impraticável. E nem estou falando sobre jogos, é para usar para programas mais simples como o de imposto de renda...

O segundo problema é a falta de som. As VMs, mesmo com todos os drivers instalados, não produzem som através do noVNC. Até existe algumas soluções, mas não são nativas do noVNC.

Existem duas soluções para esses problemas.

A primeira, e que eu uso com alguma frequência, é utilizar softwares de acesso remoto como o TeamViewer (acesso alguns computadores assim) ou o RealVNC (acesso meu Raspberry Pi assim). Só que, pensem comigo: estamos usando uma VM através de um hypervisor do tipo 2, consumindo dados da máquina hospedeira; portanto, menos softwares rodando é mais negócio, certo?

A segunda solução é um software de acesso remoto nativo do sistema. No MacOS existe o "Gerenciamento Remoto" e no Windows existe a "Área de Trabalho Remota". Em ambos os casos, autorizamos um acesso externo (dentro da rede local ou externa a ela) para acessar e comandar a nossa máquina (ou acessarmos e controlarmos uma outra máquina). Para Mac, existe o aplicativo "Microsoft Remote Desktop" (ou RDP) disponível na MacApp Store para conectar um Mac a um computador com Windows.

Até agora, nada de novo, certo?

Ambas as opções precisam de conexão de rede para funcionarem (óbvio) mas sempre tive a impressão que o acesso pelo Remote Desktop era mais estável e mais rápido, tanto do TeamViewer / RealVNC quanto (e principalmente) do noVNC.

Aí aparece o meu problema: a conexão ao RDP.

Na hora de instalar o Windows, principalmente o Windows 11, temos uma interação com o "Windows Hello", uma tecnologia lançado no Windows 10 baseada em biometria que permite que os usuários autentiquem um acesso seguro aos equipamentos, aplicativos e serviços online apenas com impressão digital, reconhecimento facial ou um PIN.

O problema é que o RDP necessita de uma senha para funcionar (ou então de nenhuma senha, ou seja, nenhuma segurança).

Assim, a questão passa a ser: como instalar o Windows 10 ou 11 e desconsiderar (ou reverter) o Windows Hello?

Simples: no Windows 11 (no 10 deve ser algo semelhante) vá em Configurações -> Sistema -> Área de Trabalho Remota e ative a Área de Trabalho Remota. Caso o seu computador tenha mais de um usuário, vá em Usuários da Área de Trabalho Remota e adicione o usuário desejado. Se tiver apenas um usuário, não precisa adicionar.

A porta padrão dessa comunicação é a 3389. No Windows, é preciso alterar o registro do Windows para mudar esta porta (veja aqui). Como uso o app da Microsoft para acessar o Windows (e esse Windows é uma VM sem acesso a outros dados da minha rede doméstica), mantenho essa porta.

O próximo passo é ir em Configurações -> Contas -> Opções de Entrada e desativar o Windows Hello.

Como tenho uma conta da Microsoft e o Windows está logado nessa conta (para usar o OneDrive, por exemplo), automaticamente o modo de entrada passou a ser as credencias dessa conta (email e senha do email).

Vi que essa opção de inativar o Windows Hello pode não estar presente em todos os sistemas e então a opção de senha para acessar o Windows pode não estar disponível. 


Se for o seu caso, você precisar ativar o "Verificados de Arquivos do Sistema" (ou SFC) executando o "Gerenciamento e Manutenção de Imagens de Implantação" (ou DISM).

Para isso, abra o Terminal do Windows (CMD) com < cmd.exe > como administrador.

De os seguintes comandos:

  > DISM.exe /Online /Cleanup-image /StartComponentCleanup

  > DISM.exe /Online /Cleanup-image /Restorehealth

  > SFC /SCANNOW

E reinicie o computador. Depois volte às configurações para desativar o Windows Hello.

Pronto!

É isso que temos pra hoje!

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Proxmox - Dicas novas!

Pessoal,


Hoje vai ser um post bem rápido com algumas dicas bem legais para instalação do Proxmox.

Quando a gente instala o Proxmox, ele utiliza o disco de persistência dele (onde ele está instalado e onde ficarão os arquivos de backup dele, as ISOs, etc) para criar dois outros discos: "local" e "local-lvm". Ambos são discos lógicos dentro do mesmo disco físico e, grosso modo, o "local" é uma pasta no sistema (algo como seu_disco -> EXT4 -> local-lvm -> local).

A idéia é mais ou menos a seguinte: alguns arquivos como ISOs não precisam de provisionamento para crescer durante excução, não precisam de snapshots, etc. Esses arquivos ficam em "local". Já imagens de VM, containers e outros ficam em outra estrutura (o "local-lvm"). O "local" é uma pasta do sistema (um diretório qualquer) e o "local-lvm" é um Local Volume Management, ou seja, uma alternativa do Linux para projetos que dependam de pools de armazenamento e que façam gestão de volumes de dados lógicos.

Para quem utiliza profissionalmente, não tenho dúvidas da importância deste "local-lvm". Mas eu, que estou fazendo um servidor para aprender e testar coisas (meus arquivos pessoais que não posso perder estão gravados com redundância em um HD externo e em um NAS da Synology) posso me arriscar e unir essas duas pastas para ganhar espaço!

Assim, a primeira dica é essa: apagar o "local-lvm" e deixar apenas o "local". Eu estou rodando o meu Proxmox a partir de um pendrive de 64GB, então na instalação ele ficou dividido em "local" com 25GB e "local-lvm" com 18GB.

Porque apagar o "local-lvm" e não o "local"? Simples, o "local" não pode ser apagado...

A primeira coisa é ir em "Datacenter -> Storage -> "local" -> Edit -> Content e marcar todas as opções (algumas ficam marcadas para "local" e outras para "local-lvm"; como vamos apagar esse último, vamos habilitar o "local" para receber todos os tipos de arquivos porque senão teremos erros no futuro). Lembre-se de confirmar a alteração com "ok".


Agora selecione o disco "local-lvm" no mesmo local e clique em Remove. Parcialmente pronto, porque apenas apagamos o volume, agora precisamos pegar o espaço reservado para o "local-lvm" e juntar com o espaço reservado para o "local". Para isso, vá no seu nó (no meu caso é "Proxmox") e clique em "Shell" para acessar o terminal do Proxmox.


Agora são apenas 3 comandos.

Esse primeiro vai remover o espaço lógico:

# lvremove /dev/pve/data
Agora vamos fazer o resize, vamos informar ao sistema que o espaço deverá ser unificado para o volume lógico pve/root:

# lvresize -l +100%FREE /dev/pve/root
E por fim iremos informar o sistema que o filesystem ficará com o tamanho disponível todo:

# resize2fs /dev/mapper/pve-root
Pronto!

A segunda dica é sobre as atualizações do Proxmox. Como não tenho licença paga (o Proxmox é gratuito para uso pessoal), ele sempre mostra um erro na hora de tentar atualizar, uma vez que a versão "enterprise" não está disponível para atualização,

Um jeito de resolver isso é fazer o que eu fazia antes (veja aqui). Consiste, basicamente, em editar o arquivo que tem a lista de repositórios para procurar as atualizações, remover (ou comentar) a linha que tem a versão "enterprise" e acrescentar uma linha para a versão "pve-no-subscription".

A dica é fazer algo mais simples. No seu nó, vá em Updates -> Repositories e desabilite (clicando no check para desmarcar a opção "enterprise" e depois vá em Add e adicione o repositório para não-assinantes escolhendo em "Repositories" a opção "No-Subscription".

Pronto!

Por hoje é isso, pessoal!

domingo, 20 de agosto de 2023

Nostalgia - Instalando o Windows 8.1 Pro em 2023!

Pessoal,


Hoje vamos instalar o Windows 8.1!

Esta será o último post desta série "Nostalgia", uma vez que as versões do Windows 10 e Windows 11 ainda estão na ativa e não são "nostálgicas" :)

O Windows 8 foi disponibilizado para fabricantes em agosto de 2012 e chegou ao varejo em outubro do mesmo ano. Apenas um ano depois, em agosto de 2013, a versão 8.1 foi disponibilizada para fabricantes e em outubro de 2013 chegou ao varejo. O Windows foi sucedido pelo Windows 10 em 2015.

Encare o Windows 8.1 como uma atualização sem a palavra "atualização" (para a Microsoft, o 8.1 era tipo um Service Pack do 8...). Assim, conforme desejado pela Microsoft, vou considerar as duas aqui como a mesma versão de Windows.













No auge de seu "sucesso", o Windows 8/8.1 teve 23,5% de marketshare (contra 51,1% do Windows 7 na mesma época) e foi rapidamente superado pelo Windows 10 com apenas 6 meses após seu lançamento... Em nenhum período o Windows 8/8.1 superou o marketshare do Windows 7. Ele reforça a ideia da alternância das versões boas e ruins do Windows. No caso, ele foi a versão ruim...

Lançada em duas versões apenas (Windows 8 e Windows 8 Pro), existiu ainda mais duas versões, a Windows 8 Enterprise (disponível apenas por licenciamento por volume) e um versão para processadores ARM, o Windows RT, disponível apenas para dispositivos projetados especialmente para ele.

O Windows 8 era disponível em DVD ou por meio digital (para gravação em DVD ou pendrive). Computadores novos que vinham com Windows 7 Home Basic, Home Premium, Professional ou Ultimate poderiam ser atualizados para o Windows 8 por um baixo preço (US$ 14.99). O Windows 8 vinha apenas com a opção "atualizar", sendo necessário que uma versão inteiro estivesse instalada. Já o Windows 8.1 tinha a versão de software de versão completa, ou seja, sem a necessidade de versões prévias de Windows para instalação. Ainda existem versões para 32 bits e 64 bits.

Talvez as duas coisas mais lembradas desta versão do Windows sejam coisas "ruins": a interface "Metro" e a retirada do botão "Iniciar".

Acho interessante contextualizar o mercado lá nessa época. Em 2012 vivíamos um boom dos celulares. Android e iOS competiam pelo posto de sistema operacional mais inovador e, portanto, competiam pela liderança no mercado. A Microsoft não queria ficar para trás e perder a onda dos mobiles, então fez um movimento arrojado e totalmente estabanado: matou o Windows Mobile (que já falamos aqui e aqui muito rapidamente e ainda voltaremos a falar em breve) que tinha alguma vitalidade, lançou o Windows Phone e acabou comprando a Nokia (um pouco mais adiante, em 2013 - veja aqui e aqui). Como comentei, essa estratégia ousada e arrojada mostrou-se ineficiente e a empresa acabou matando o Windows Phone em 2017. Em outra oportunidade contaremos essa história, mas você pode dar uma olhada aqui nestes dois posts: aqui e aqui.

Essa introdução é para explicar a origem da interface Metro adotada no Windows 8 (e 8.1). A ideia era para ser uma interface que unificasse a identidade visual dos dispositivos com Windows, fosse PCs, tablets ou celulares.


Acredite, essa tela inicial era de matar de raiva!

Apesar das várias inovações do sistema, como suporte para USB 3.0, suporte para NFC, antivírus integrado, proteção contra phishing, suporte para impressão 3D, Wifi Direct, entre outros, a tentativa da Microsoft de criar um ambiente uniforme para dispositivos mobile com interface touchscreen e computadores tradicionais com mouse e teclado mostrou-se um falhanço retumbante. Duramente criticado pelos usuários e pela mídia especializada, foi um fracasso de venda, como dito acima. Isso porque a empresa gastou entre US$1.5b e US$1.8b em publicidades (como comparação, gastou US$200M no lançamento do Windows 95).

Além das novidades citadas acima, houve otimização da inicialização do Windows, melhorias no Windows Explorer (que virou o File Explorer), redesenho do Gerenciador de Tarefas e da BSoD (Blue Screen of Death ou Tela Azul da Morte - veja aqui). Ainda, otimização do Windows Defender (com incorporação de um antivírus), login com a conta da Microsoft, aplicativo para o SkyDrive (que seria transformado em OneDrive), Internet Explorer 10, no estilo do Windows Store, entre outros.

Os requisitos mínimos são maiores que os do Windows 7, principalmente por exigir processadores com suporte para PAE, NIX e SSE2.

Já o Windows 8.1, lançado um ano após o Windows 8, teve como objetivo resolver as reclamações dos usuários, principalmente em relação a tela inicial. Além disso, trouxe uma integração maior com o OneDrive, o Windows Exlorer 11, restauração do botão Iniciar e a utilização do BING como ferramenta de pesquisa nativa. O Windows 8.1 teve uma aceitação maior e correspondeu a cerca de dois terços de todas as instalações da versão 8/8.1.

Vamos à instalação. Como nunca instalei o Windows 8 nem o 8.1 (saí do Windows 7 para o Mac OSX e só voltei ao Windows em máquinas virtuais no Windows 10), apenas imagino que o processo deve ser fácil como no Windows 7. A versão que instalaremos será a 8.1 Pro em português e, assim como com Windows 7, não está disponível no WinWorld.

Vou ativar alguns recursos da VM: vou colocar 8GB de RAM, 40GB de HD, 2 núcleos, ativar o EFI, ativar o compartilhamento e arrastar/colar bidirecionalmente, ativar o boot seguro, ativar PAE/NX, ativar paginação aninhada, 256MB de memória de vídeo e ativar aceleração 3D, utilizar o cache de I/O do host, emular um SSD. Pronto, acho que são essas as principais configurações da VM.





(Como não temos nenhum Windows instalado na VM, vamos de "Personalizada")

(Simplesmente clique em "Avançar")

(Agora é aguarda copiar e instalar)

(Aparece essa mensagem super suspeita aí em cima, mas está indo certo 😅😅)



Interessante essa personalização de cores. Não tinha isso em versões anteriores nem em versões futuras do Windows!



Mais uma inovação! Essa tela permite algumas configurações automáticas. Vou com elas!

(Aposto que o Windows vai querer que eu crie uma conta de email!)


Algum problema aconteceu, talvez de rede. Lembram que no Windows 7 (aqui) eu tive que mudar de NAT para Bridge? Vou tentar fazer isso e ver se dá!


Aha, ganhei a aposta! É daqui que surgiu esse hábito da Microsoft de forçar a utilização de uma conta e email! Como já tenho uma, vou com ela.


(É um festival de cores esse Windows...)




E aí, o que vocês preferem? Esse arco-íris da Microsoft ou uma barra de progressão?

Pronto!



Isso é que matava de ódio os usuários de computadores. O sistema foi desenhado para usuários de dispositivos com telas sensíveis ao toque mas não fazia sentido para usuários de PCs com mouses e teclados!


Vamos configurar tudo agora: indo em Gerenciador de Dispositivos, veja que o "Dispositivo de Sistema Básico" não foi adequadamente instalado. Para resolver isso, vamos instalar o CD do Guest Additions em "Dispositivos -> Inserir imagem  do CD de Adicionais para Convidado...", lá no Virtual Box. Uma vez inserido, abra, como administrador, o arquivo "VBoxWindowsAdditions-amd64.exe" se você tiver instalado a versão 64 bits ou o arquivo "VBoxWindowsAdditions-x86.exe" se você tiver instalado a versão 32 bits. Aí é só instalar e reiniciar a VM.

Após reiniciar, tudo já está devidamente instalado.


É isso aí, então!

Windows 8.1 Pro instalado com rede, som e resolução boa!

Ainda vou instalar alguns sistemas antigos, mas sem a obrigação desta série. O próximo, assim que a agenda do hospital permitir, vai ser o OS2 Warp!

Até lá, pessoal!