domingo, 27 de novembro de 2022

Avaliação: comparando o funcionamento das VMs no Proxmox e no Synology

Pessoal,


Um dos objetivos do meu servidor vai ser rodar VM. Especificamente Windows via VM, seja para algum jogo seja para algum programa que só tenha para Windows.

Algumas funções rodam no Ubuntu Server, mas esta VM requer poucos recursos do computador. O Windows, inegavelmente, é um consumidor muito mais feroz de recursos da máquina.

Assim, resolvi fazer um teste aqui em casa após instalar o Synology no Dell antigo.

Esse Dell é um guerreiro. É de 2012, se não me engano. É um Core i5-2430M, ou seja, da segunda geração, lançado em 2011, com litografia de 32nm. Tem 2 cores e 4 threads, cache 3MB e frequência base de 2.40GHz com turbo de até 3.0 GHz. É capaz de endereçar até 16GB de RAM do tipo DDR3 1333. Possui gráficos internos do tipo Intel HD Graphics 3000. Utiliza o socket PPGA988.

Já o outro computador, onde roda o Proxmox, usa um Core 13-4130, de 4a geração, lançado em 2013, com litografia de 22nm. Também tem 2 cores e 4 threads, cache de 3MB, mas frequência base de 3.40GHZ sem modo turbo. Esse aqui endereça até 32GB de RAM DDR3 1333 a 1600. Também possui gráficos integrados, aqui do tipo Intel HD Graphics 4400 e usa o socket FCLGA1150.

Para o teste, utilizei o Windows 11 rodando após uma limpeza do "ThisIsWin11", como mostrado neste post aqui. Ambos foram instalados usando este e este métodos (uma vez que estão rodando em máquinas que não o suportam) e rodam com 8GB de RAM e quatro núcleos.

A primeira percepção é visual. A máquina rodando no Proxmox está sensivelmente mais rápida. É funcional. Não serve para jogos (no máximo um FreeCell) mas dá para navegar e usar o Office. Já a máquina no Synology é de chorar! Lenta para começar, lenta para abrir os programas...

Entretanto o modo de acessar as máquinas no Synology é fantástico! Utilizando uma VPN (ou o QuickConnect, caso esteja usando o sistema da Synology em um NAS original), basta abrir a página do NAS e ligar a VM. A integração da VM com o sistema é melhor.

A minha dúvida era se esses processadores poderiam interferir tanto no funcionamento das VM. E eu acho que sim.

De acordo com o site CPUBenchMark, o i5-2430M faz 1244 pontos no single thread contra 1891 do i3-4130 (34,2% a menos) e faz 2016 pontos contra 3304 no CPU Mark (39% a menos). É muita coisa!



Cabe notar que esse modelo do i5, da linha "M", é focado em mobilidade (em um notebook) e gasta menos energia que o i3, focado em desempenho.

Com base no preço médio do kWh aqui em Minas Gerais em 2021 (R$ 0,62), o custo em energia elétrica comparando os dois equipamentos é mais favorável, obviamente, ao i5. Como os servidores aqui ficam ligados 24h/dia, em um ano o i5 custará R$47,52 e o i3 custará R$73,32.



Além disso, os processadores dependem de placas gráficas integradas e essas placas são de gerações diferentes. O i5 utiliza a HD Graphics 3000 e o i3 utiliza a HD Graphics 4400. É uma covardia:


Para ter ideia da diferença dessas specs para alguma coisa mais atual, vou comparar esses dois processadores com o do MacMini (i7-8700 com 6 núcleos e 12 threads, 14nm e frequência de 3.20GHz).



É possível notar que o i7 é absurdamente mais potente.

Desse modo, é importante observar o seguinte: mais importante que a quantidade absoluta de núcleos ou threads ou saber se é core i3, i5 ou i7, é fundamental saber diferenciar a geração do processador.

No meu caso, o i7 tem mais núcleos e threads e é mais novo (8a geração), mas repare que o i5 é bem menos potente que o i3 e é de duas gerações anteriores.

Outra coisa foi o comportamento do Windows antes e após rodar o removedor de bloatwares. As VMs ficam significativamente mais rápidas, tanto para iniciar quanto para abrir os programas.

Outra coisa interessante é como cada sistema "detecta" o hardware real que está por trás dele. O Proxmox reconhece o processador, ainda que suas VMs mostrem algo diferente:




Veja que enquanto o Proxmox reconhece que existe um core i3-4130 com quatro núcleos, a VM reconhece um processador "genérico" com a frequência correta e apenas 2 núcleos pra ela.

Já o Synology não reconhece o processador verdadeiro apesar que a VM que roda nele reconhece corretamente:




Veja que o Synology mostra o Intel Celeron J4125 como o processador do DS920+, com 2.39GHz de frequência e 16GB de RAM enquanto a VM mostra o core i5-2430M com 2.40GHz de frequência.

Esse Celeron J4125 é o processador do DS920+ original mas rodando a 2.0GHz de frequência. Ou seja, o sistema identifica a frequência correta mas nomeia o processador com o nome errado. E também  é interessante que o Synalogy mostre que tem 16GB no sistema, mas esse Celeron só trabalha com 8GB... O Celeron, apesar de ser de 2019, é ligeiramente inferior ao i3-4130 mas superior ao i5-2430M.

Assim, concluindo o teste: esse i5 roda o Synology muito bem, mas não dá conta de rodar o Windows 11 em VM. Talvez para navegação ou algo bem básico. E olhe lá.

É isso!

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