sexta-feira, 2 de junho de 2017

Diskette Drive USB

   Tenho algumas dezenas de disquetes encostados aqui em casa. Como sempre fui cuidadoso com eles, nenhum está mofado (até onde eu percebi). Assim, fiquei pensando como passar as informações do século passado para um formato mais atual.

   Bom, tenho aqui em casa um MacBook White mid 2009 sem leitor de disquete, um MacBook Air 2013 também sem leitor de disquete, um MacMini também sem leitor de disquete e um Dell Inspiron. Também sem leitor de disquete :(

   Até tinha pensando em comprar um leitor. Mas onde instalar? Como instalar? Onde achar a bagaça? Foi aí que, fuçando o AliExpress, achei esse produto aqui e resolvi arriscar! Um leitor de disquete 3.5" 1.44MB HD 80 trilhas para USB. Exatamente o que eu precisava. Custou uns US$10 e, se não me falha a memória, ficou o dobro disso por causa de imposto de importação... 

   [Modo Irônico On] Mas como a parte do Brasil foi feito pelos Correios, chegou super rápido, em uns 3 meses mais ou menos. [Modo Irônico Off]

   Funciona tanto em OSX quanto em Windows. Como tinha uns disquetes de MSX e precisava passar para .DSK (imagem do disquete, lido pelo Mapper Megaram SD nativamente, precisei usar conectado no Windows porque só lá tem o aplicativo que faz isso.

   Isso foi em 2015, o produto não é nenhuma novidade, mas acho que vale documentar tudo para o futuro.

  O produto parece que é meio padrão: ou um único fabricante fornecendo para milhares de vendedores ou vários fabricantes produzindo réplicas e mais réplicas de um original e vendendo para os milhões de revendedores chineses. Acredito que essa segunda opção seja a mais provável.

   O produto é pouco maior que um HD externo portátil, talvez um pouco mais leve. Simples, sem frescura. Funciona em USB 1.1 e 2.0. Talvez até tenha algum que funcione em USB 3.0, mas deve ser inútil porque a velocidade limitante - e põe limitante nisso - é a velocidade de leitura do disquete, infinitamente mais lenta que a do USB 2.0...

(Ele é quase do tamanho do Trackpad da Apple)




   É um dispositivo bem econômico, necessitando de cerca de 5V e 500mA para funcionar (o padrão USB para fornecimento de energia recomenda 20V e 5A, veja aqui), lento (como esperado), com aquele nostálgico som de abrir a capa metálica de proteção e girar o disco...

   O Drive é plug and play, claro, e funciona como se fosse um drive normal (como esperado).

(Sim, uso Windows em máquina virtual há anos...)

(Drive A: - nostalgia pura ;) )

   O programa necessário para criar a imagem para o MSX é o Disk-Manager, obtido aqui. O processo é bem fácil e auto-explicativo. Você lê o disco no drive e manda gravar no HD. Ele também faz o contrário, ou seja, lê a imagem .DSK e permite que você acrescente, apague ou copie arquivos de dentro da imagem. Show!





   Ainda não estou fazendo do jeito mais "inteligente": criar uma imagem para CADA programa, lembrando de sempre deixar uma cópia do MSX-DOS mais atual em cada imagem. Vou fazer isso um dia. Juro que vou...

   Tenho alguns disquetes ainda para copiar. Já fiz um tanto mas ainda tem outro tanto :( . Tipo, saporra vai dar um trabalho do cão.

   Achei que valeu a pena, pois é barato, facílimo de usar e cumpre o que promete.

   Uma última penúltima informação, banal mas válida: os disquetes para MSX (os 3.5", pelo menos, já que eu nunca tive um drive 5.1/4") eram 2F/2D (Dupla Face e Dupla Densidade), com 80 trilhas e 135 TPI (Trilhas por Polegada, aqui) e cada um armazena 720kB. Os disquetes para PC, que cabiam 1.44MB, era 2HD, ou seja Dupla Face e Alta Densidade, mas também 80 trilhas / 135 TPI.

(Caixinha original do século passado!)



   Agora sim, a última informação. Nada relacionado com o blog mas de máxima importância! Sabe o leitor quanto custava uma caixinha com 10 disquetes? Pois bem, achei uma nota fiscal de uma caixa, comprada na falecida Foto Retes, em 04/01/1992! Nessa época, a moeda do Brasil era o Cruzeiro, estávamos retomando um sofrido processo de hiperinflação que só seria curado em 1994 pelo plano Real (leia aqui, muito interessante). Entre a emissão dessa nota fiscal e a data atual (06/2017), o Brasil teve 3 moedas diferentes (Cruzeiro, Cruzeiro Real e Real). Nessa época, o presidente da República ainda era Collor.


   Aqui você vê que a caixa custou CR$ 23.000,00. Vinte e três mil cruzeiros. Isso vale quanto hoje? Uma consulta ao Banco Central do Brasil mostra o valor atualizado pelo IGPM:


   Incrível, não? Olha como isso era caro! Hoje, por esse valor, você compra quase 7 pendrives de 32GB no Mercado Livre. Ou seja, 10 disquetes de 720kB tem ((720*10)/1024) 7,03MB. O custo do megabyte era de R$23,82! Os pendrives, pegando um de 32GB no ML que custa R$26,50 tem esse custo de ((26,5)/32*1024) R$ 0,00080 por MB ou R$0,80 por GB. Ou seja, com o preço de 1 MB em 1992, você compra hoje um pendrive de 32GB, quantidade de espaço inimaginável em 1992! Bendita seja a evolução e a competição entre os fabricantes. E ainda tem retardado que fala mal do capitalismo...

   Bom, deixa eu ir acender as velas do Shabat. Shabat Shalom para todos!

   Até a próxima.

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