Quando passei a ter contato com o mundo da informática, lá pelos idos 1990, fiquei fascinado com a possibilidade de fazer meus próprios programas.
Meu pai me matriculou num curso de introdução à informática (uma vez que ele não sabia nada para me ajudar). Confesso que não lembro o nome do curso (lembrei, era "Digitus"), mas algumas coisas foram bem legais, como usar um Apple II (na verdade era um clone dele da CCE):
(Apple II original)
(Apple II Genérico) (CCE Exato Pro)
Não sei se o modelo que tinha lá era exatamente esse Exato Pro (provavelmente deveria ser o Exato Pro IIe), mas lembro que era CCE, desse bege bem do começo da informática "popular", com tela monocromática de fósforo verde.
O curso ensinou um básico da informática (DOS, CPU, fluxograma, essas coisas) e noções de BASIC. Como tinha acabado de ganhar o MSX DD-Plus, me acostumei a treinar as conversões do BASIC da Apple (AppleSoft BASIC, uma versão do Microsoft Basic para Apple). Tinha muitas semelhanças, mas algumas diferenças obviamente.
Além disso, tive uma grata surpresa ao descobrir que a minha professora em um dos módulos era uma gostosona que era da minha sala de colégio (foi realmente uma grande surpresa: ela não dava a menor pista de gostar de computador ou de programar, mas enfim...) 😅😅
Depois, meu pai me matriculou na DataPro para aprender algo de útil: "Introdução à Microinformática", "MS-DOS", "Lotus 1-2-3" e "WordStar". Também fiz o módulo inicial de dBase:
Só que a esta altura do campeonato, eu já tinha sido enfeitiçado pela programação. O Manual de Instruções do Expert DD-Plus (faça o download no Datassette para conhecer), escrito pelo Prof. Pierluigi Piazzi, era muito bem escrito para iniciantes. Foi um excelente aprendizado.
Além disso, meu tio tinha comprado as coleções "Microcomputador - Curso Básico" e "Informática". Meu tio só foi comprar o seu primeiro computador muitos anos depois (mais de 10 anos depois, com certeza). Então pude ler todos os livros, digitar os programas e quebrar a cabeça tentando fazer funcionar no MSX.
Essa foi uma época de ouro para mim: várias revistas de informática com dicas de programação (CPU-PC e CPU-MSX, Micro Sistemas, MSX, MSX Micro, etc), além de diversos livros (Guia do Programador MSX, Livro Vermelho do MSX, Linguagem de Máquina para MSX, dentro outros). Lembro de ler e digitar os códigos para aprender mais e mais.
#dica --> consulte o site do Datassette, tem coisa boa demais lá para quem gosta.
Mas tudo que é bom dura pouco: logo fiz 16 anos e tive que me mudar para Belo Horizonte para fazer cursinho e vestibular. Deixei para trás o MSX, a namorada e a programação. Ainda fiquei em dúvida entre fazer medicina ou ciência da computação. Escolhi a primeira mas até hoje penso se foi a melhor escolha.
Na faculdade ganhei um PC (486DX2 66MHz!) e uma impressora Seikosha matricial. Isso durou toda a faculdade. Depois, já formado e fazendo minha primeira residência, comprei um Pentium 2 533, depois um Pentium 4, depois um Notebook Dell Latitude D520 com um Core2Duo e, em 2009, o MacBook White.
Apesar disso, virei um usuário de computador ao invés de programador. Sempre fiquei meio frustrado com isso.
Durante a faculdade, quando foi criado o centro de informática na Faculdade de Medicina da UFMG, comecei a ter contato com o responsáveis e comecei a programar alguma coisa em Visual Basic. Mas cheguei a uma conclusão: BASIC é para iniciante. Queria trabalhar com algo compilado, não mais interpretado.
Assim, aproveitando o isolamento do COVID, comecei a estudar C. Quero fazer alguns aplicativos para iOS e iPadOS. Já tenho em mente o quero fazer e estou trabalhando nos fundamentos. Poderia ir pro Swift de cara, mas preferi aprender C e depois estudar C++ para depois ir pro Swift. Procurei cursos diversos, mas resolvi estudar por conta própria: livro, CodeBlock e YouTube.
Estou lendo "C para leigos" (sim, podem jogar pedra, mas sou bem leigo em C) e algumas apostilas que achei na internet da UFMG e Unicamp. Para C++ já achei umas apostilas também. Para Swift vou começar com o material da Apple.
O aprendizado está sendo ótimo. Estou achando C menos difícil do que achei que seria e, ao mesmo tempo, estou surpreso com a potência dessa linguagem que tem 38 anos! O grande problema do C é ser pobre na parte visual. Por isso o C++ e o Swift serão os próximos passos. Mas o C será o alicerce disso.
Quando comecei na informática em 1989, não havia internet e o conteúdo para consumir era muito pouco. Computador era coisa séria. Os recursos eram limitados, então o pessoal se preocupava com tamanho de programa, com endereçamento de memória, era preciso escovar bit para extrair o máximo que a máquina tinha.
Hoje o recurso é quase ilimitado. Programadores não precisam mais se preocupar com tamanho dos programs ou ocupação da memória, os sistemas fornecem muitos recursos. Na época em que é mais fácil programar com centenas de linguagens, fontes diversas (de melhor ou pior qualidade), as pessoas viraram meros "consumidores", apenas utilizam o software entregue sem muito questionamento ou sem entender os processos mais internos. Temos equipamentos poderosos utilizados para ver YouTuber gritando feito louco ou para ficar repassando bobagem em WhatsApp.
Assim, resolvi mudar de consumidor de software para desenvolvedor de software. Bom, vamos tentar, né?
Quando comecei na informática em 1989, não havia internet e o conteúdo para consumir era muito pouco. Computador era coisa séria. Os recursos eram limitados, então o pessoal se preocupava com tamanho de programa, com endereçamento de memória, era preciso escovar bit para extrair o máximo que a máquina tinha.
Hoje o recurso é quase ilimitado. Programadores não precisam mais se preocupar com tamanho dos programs ou ocupação da memória, os sistemas fornecem muitos recursos. Na época em que é mais fácil programar com centenas de linguagens, fontes diversas (de melhor ou pior qualidade), as pessoas viraram meros "consumidores", apenas utilizam o software entregue sem muito questionamento ou sem entender os processos mais internos. Temos equipamentos poderosos utilizados para ver YouTuber gritando feito louco ou para ficar repassando bobagem em WhatsApp.
Assim, resolvi mudar de consumidor de software para desenvolvedor de software. Bom, vamos tentar, né?
É uma nova etapa pra mim. Hobby, mas quem sabe pode ser um hobby que dê algum retorno?
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