sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Proxmox - Dicas novas!

Pessoal,


Hoje vai ser um post bem rápido com algumas dicas bem legais para instalação do Proxmox.

Quando a gente instala o Proxmox, ele utiliza o disco de persistência dele (onde ele está instalado e onde ficarão os arquivos de backup dele, as ISOs, etc) para criar dois outros discos: "local" e "local-lvm". Ambos são discos lógicos dentro do mesmo disco físico e, grosso modo, o "local" é uma pasta no sistema (algo como seu_disco -> EXT4 -> local-lvm -> local).

A idéia é mais ou menos a seguinte: alguns arquivos como ISOs não precisam de provisionamento para crescer durante excução, não precisam de snapshots, etc. Esses arquivos ficam em "local". Já imagens de VM, containers e outros ficam em outra estrutura (o "local-lvm"). O "local" é uma pasta do sistema (um diretório qualquer) e o "local-lvm" é um Local Volume Management, ou seja, uma alternativa do Linux para projetos que dependam de pools de armazenamento e que façam gestão de volumes de dados lógicos.

Para quem utiliza profissionalmente, não tenho dúvidas da importância deste "local-lvm". Mas eu, que estou fazendo um servidor para aprender e testar coisas (meus arquivos pessoais que não posso perder estão gravados com redundância em um HD externo e em um NAS da Synology) posso me arriscar e unir essas duas pastas para ganhar espaço!

Assim, a primeira dica é essa: apagar o "local-lvm" e deixar apenas o "local". Eu estou rodando o meu Proxmox a partir de um pendrive de 64GB, então na instalação ele ficou dividido em "local" com 25GB e "local-lvm" com 18GB.

Porque apagar o "local-lvm" e não o "local"? Simples, o "local" não pode ser apagado...

A primeira coisa é ir em "Datacenter -> Storage -> "local" -> Edit -> Content e marcar todas as opções (algumas ficam marcadas para "local" e outras para "local-lvm"; como vamos apagar esse último, vamos habilitar o "local" para receber todos os tipos de arquivos porque senão teremos erros no futuro). Lembre-se de confirmar a alteração com "ok".


Agora selecione o disco "local-lvm" no mesmo local e clique em Remove. Parcialmente pronto, porque apenas apagamos o volume, agora precisamos pegar o espaço reservado para o "local-lvm" e juntar com o espaço reservado para o "local". Para isso, vá no seu nó (no meu caso é "Proxmox") e clique em "Shell" para acessar o terminal do Proxmox.


Agora são apenas 3 comandos.

Esse primeiro vai remover o espaço lógico:

# lvremove /dev/pve/data
Agora vamos fazer o resize, vamos informar ao sistema que o espaço deverá ser unificado para o volume lógico pve/root:

# lvresize -l +100%FREE /dev/pve/root
E por fim iremos informar o sistema que o filesystem ficará com o tamanho disponível todo:

# resize2fs /dev/mapper/pve-root
Pronto!

A segunda dica é sobre as atualizações do Proxmox. Como não tenho licença paga (o Proxmox é gratuito para uso pessoal), ele sempre mostra um erro na hora de tentar atualizar, uma vez que a versão "enterprise" não está disponível para atualização,

Um jeito de resolver isso é fazer o que eu fazia antes (veja aqui). Consiste, basicamente, em editar o arquivo que tem a lista de repositórios para procurar as atualizações, remover (ou comentar) a linha que tem a versão "enterprise" e acrescentar uma linha para a versão "pve-no-subscription".

A dica é fazer algo mais simples. No seu nó, vá em Updates -> Repositories e desabilite (clicando no check para desmarcar a opção "enterprise" e depois vá em Add e adicione o repositório para não-assinantes escolhendo em "Repositories" a opção "No-Subscription".

Pronto!

Por hoje é isso, pessoal!

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Trigonometria. Lembram?

Pessoal,


Acabei de ver esse vídeo no Twitter e achei bem interessante.


Então resolvi relembrar umas coisas do segundo grau sobre trigonometria.

Achei esse video bem legal porque mostra a relação entre seno, cosseno, eixo das ordenadas (y ou eixo dos senos), das abcissas (x ou eixo dos cossenos), ou seja, a relação dos ângulos com o sistema cartesiano. Não me lembrava da maioria dessas coisas (e algumas nem me lembro de ter aprendido...).

Relembrando!

Todo mundo lembra dessas figuras aqui de baixo, certo?



A figura da esquerda é um triângulo retângulo, ou seja, um dos lados forma um ângulo reto (90 graus). A da direita é um triângulo escaleno qualquer, ou seja, os três lados (e por consequência os três ângulos) possuem medidas diferentes. Ainda temos o triângulo equilátero, que tem os três lados iguais e os três ângulos iguais - 60 graus -, e o triângulo isósceles, que tem dois lados iguais e dois ângulos iguais, por consequência.


Como a soma dos ângulos internos de um triângulo SEMPRE será 180 graus, podemos classificar os triângulos em 3 tipos:


O triângulo retângulo tem um ângulo interno de 90 graus, o acutângulo tem todos os ângulos internos menores que 90 graus e o obtuso tem um ângulo maior que 90 graus (obviamente apenas um ângulo, pois se houvesse mais de um ângulo com mais de 90 graus, a soma dos ângulos internos do triângulo seria maior que 180 graus).

Primeiramente, como sabemos que a soma dos ângulos internos de um triângulo é sempre 180 graus? Simples. Pegue um triangulo qualquer e trace uma reta paralela a um dos lados.


Na figura acima, repare que na reta faz uma interseção com o ponto A e é paralela ao segmento BC (sim, vamos definir que essa reta É paralela ao segmento BC). Ao colocar os ângulos no interior do triângulo e os ângulos formados com a reta, temos isso:


Ora, repare agora que os ângulos θ e β são ângulos alternos internos no segmento AB. Assim, são congruentes (ângulos congruentes são ângulos que possuem a mesma medida, ou seja, são iguais). O mesmo acontece com os ângulos λ e γ formados se segmento AC. Assim, os ângulos θ e β são iguais entre si e, do mesmo modo, os λ e γ também o são. Desse modo a figura pode ser desenhada assim: 

 
Desse modo, a soma dos ângulos θ + α + λ é igual a soma de β + α + γ. E essa soma é 180 graus (ângulo raso)!

Voltando a esse triângulo:


Todo mundo se lembra dessa figura de um triângulo retângulo, né? Seno, cosseno e tangente são assim definidos no triângulo retângulo:

    sen αcateto oposto
                  hipotenusa

    cos αcateto adjacente
                    hipotenusa

    tan α =     cateto oposto  
                  cateto ajdacente

Essas relações vêm das Leis do Seno e Cosseno e valem apenas para o triângulo retângulo.

A Lei do Seno determina que num triângulo qualquer, a relação do seno de um ângulo é sempre proporcional à medida do lado oposto a esse ângulo.


Assim, na figura acima, o lado oposto ao ângulo "A" é o segmento de reta "a", o lado oposto ao ângulo "B" é o segmento de reta "b" e lado oposto ao ângulo "C" é o segmento de reta "c". A Lei do Seno demonstra que em um mesmo triângulo, a razão entre o valor de um lado e o seno de seu ângulo oposto será sempre constante. E essa constante é igual a duas vezes o raio de uma circunferência onde este triângulo está inscrito. Isso é representado abaixo:

                      a    =    b    =    c    = 2R
                   senA    senB    senC

Isso é demonstrado facilmente no vídeo abaixo, do canal https://www.youtube.com/@MatematicaComaJu


Já a Lei dos Cossenos é um pouco mais complicada. Essa lei diz que em um triângulo qualquer o quadrado da medida de um dos lados corresponde a soma dos quadrados das medidas dos outros dois lados menos o dobro do produto da medida desses dois lados pelo cosseno do ângulo entre esses dois lados.

Ufa...

Fica mais claro quando vemos a figura e a relação abaixo:


Para resolver isso, usamos uma tabela trigonométrica. Veja essa tabela, dos ângulos 1 a 90, aqui. Esse site aqui calcula diversas relações trigonométricas no triângulo. Confira porque é bem legal!

Interessante é a relação entre o Teorema de Pitágoras e a Lei dos Cossenos! Como o cosseno de um ângulo de 90 graus é zero (veja a tabela trigonométrica dos ângulos notáveis abaixo), essa segunda parte da equação do cosseno é zero. Veja abaixo:

a² = b² + c² - 2.b.c.cos90

Como cos 90º = 0, a expressão acima fica:

a² = b² + c² - 2.b.c.0

a² = b² + c²

Ou seja, o Teorema de Pitágoras é um caso especial da Lei dos Cossenos!

Já Lei das Tangentes define a relação entre as tangentes de dois ângulos de um triângulo qualquer e os comprimentos dos lados opostos a esses ângulos.

Por essa lei, dado o triângulo abaixo com lados a, b e c e ângulos α, β e γ:


Como dito mais cedo, em um triângulo retângulo a tangente de um ângulo qualquer é a relação entre a medida do cateto oposto e a medida do cateto adjacente. Se a figura acima fosse um triângulo retângulo cujo ângulo reto fosse o ângulo α, a tangente do ângulo β seria:

tan β = cateto oposto     =  b 
            cateto adjacente     c

Já para um triângulo qualquer que não seja retângulo, podemos calcular a tangente através da razão entre o seno e o cosseno do ângulo desejado:

tan α = sen α
             cos α

A Lei das Tangentes pode ser assim representada:

 a−b  =  tg [1/2(α−β)]
 a+b      tg [1/2(α+β)]


Na minha época de colégio, a gente decorava uma mini-tabela trigonométrica com os "ângulos notáveis", ou seja, 0, 30, 45, 60 e 90 graus. Era isso aqui abaixo:



Matemáticos acreditam que a trigonometria surgiu como necessidade para calcular o relógio de sol e resolver problemas astronômicos e de navegação.

Eratótenes descobriu, há mais de 2200 anos, que a terra era redonda e calculou seu diâmetro (com pequeno erro) usando trigonometria básica!

Como a trigonometria estuda as relações entre os lados e ângulos dos triângulos, é utilizada na matemática, física, astronomia, engenharia, geografia, química, medicina, etc.

Voltando ao início desse post, no vídeo o seno e cosseno são representados num círculo, o "círculo trigonométrico".


Esse círculo deixa claro algumas coisas e deixa "visível" os valores presentes nas tabelas trigonométricas, principalmente a com os ângulos notáveis. Repare que a medida que um ângulo A aumenta de 0 até 90 graus, a representação de uma reta que sai da posição (0,0) nesse ângulo (ou seja 0, 1, 2, ..., 89, 90 graus), haverá uma redução de 1 até zero no valor do cosseno, haverá um aumento de zero até 1 no seno e a tangente aumentará de 0, será 1 em 45 graus (fora do círculo) e continuará aumentando até o infinito, pois o eixo das tangentes é paralelo ao dos senos e duas retas paralelas só se encontram no infinito!

Quando rodamos todo o círculo trigonométrico (sentido anti-horário, de 0 graus até 360 graus), vemos que tanto o seno quanto o cosseno fazem movimentos periódicos, conforme as figuras abaixo. Só um detalhe: chamamos o movimento periódico do seno de senoide ou onda sinusoidal e o movimento periódico do cosseno de cossenoide ou onda cossenoidal.





O gráfico da tangente também é um gráfico periódico. Ao contrário do seno e cosseno cujos valores variam de -1 a 1, os valores da tangente variam do infinito negativo ao infinito positivo.



Por fim, concluindo o vídeo, é mostrada a primeira relação fundamental da Trigonometria

sen² x + cos² x = 1

Olhando as figuras das ondas sinusoidal e cossenoidal, fica claro essa relação:



Para a demonstração dessa relação, podemos usar o círculo trigonométrico:


Assim, nesse triângulo, temos que:

sen α = cateto oposto = AB = AB
               hipotenusa        1      

cos α = cateto adjacente = CB = CB
              hipotenusa             1

Aplicado o teorema de Pitágoras:

AB² + CB² = AC²

sen² x + cos² x = 1²

sen² x + cos² x = 1

Realmente, a matemática é uma coisa muito legal!

Até a próxima, pessoal!